sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Grande Festa de Reis em Altinópolis, de 21 a 23 de janeiro

Começa nesta sexta-feira, em Altinópolis, a grande Festa de Reis. É a trigésima nona edição de uma das maiores festas urbanas no Estado de São Paulo. São esperadas 25 mil pessoas entre 21 e 23 de janeiro em Altinópolis, para a apresentação de 40 companhias de Reis dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Companhias de reis de Altinópolis, Batatais, Itamogi, Monte Santo de Minas, São Sebastião do Paraíso e Santo Antonio da Alegria estarão presentes.
Dias 21 e 22, festa a partir das 20 horas. No domingo, 22, a partir das 11 horas. Shows musicais, de duplas sertanejas e da Orquestra Sabiá complementam as festividades, no centro de Altinópolis. Uma das mais belas manifestações de fé e cultura popular no interior do Brasil.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Morreu John Ross, (talvez) o último "beatnik"

John Ross, em encontro em Lima, Peru, de
Noticias Aliadas: o poeta e as flores
(Foto José Pedro Martins)


Que tristeza, para não dizer outra coisa. Acabo de saber da morte de John Ross, na última terça-feira, 18 de janeiro, aos 72 anos, em Santiago Tzipijo, Michoacán, no México. O velório foi às margens do Lago Pátzcuaro, onde este norteamericano de Nova York viveu nas últimas décadas, como um claro gesto do que ele era: um poeta no mais puro estilo "beatnik", um pacifista, um revolucionário, um ser humano como poucos neste planeta.
O conheci em um encontro de jornalistas em Lima, Peru, há alguns anos, e nesses poucos dias já deu para gostar muito do cara. A sua barba branca, a sua magreza, o seu jeito gentil e profundo, o perfil completo de um poeta na mais pura essência da palavra. Muitos já escreveram que o jazz, que ele aprendeu a amar desde cedo, no boêmio Greenwich Village onde cresceu, foi fundamental para determinar o ritmo de sua literatura, de sua poesia e de sua longa militância no jornalismo de esquerda. Sim, também contato precoce com o comunismo, que tinha influência, com certeza, por aqueles lados.
E como tantos outros poetas/escritores de sua geração beat, como Allen Ginsberg, Jack Kerouac e William Burroughs, ele foi passar uma temporada no México, lá na virada dos anos 50/60. Mas à diferença dos demais, voltou, para ficar anos e anos vivendo intensamente todos os dramas do México, para ele um exemplo de cultura popular, de luta pela dignidade, de uma civilização que sempre lutou (ou ao menos grande parte dela) para resistir ao american way of life.
Que ele detestava, deve ser dito. Pacifista nato, irredutível, após voltar aos EUA em 1964 ficou preso por um bom tempo em uma penitenciária em Los Angeles, ao se recusar o alistamento para a Guerra do Vietnã. Lutar contra as guerras, todas as guerras, foi uma de suas missões, que assumiu quase religiosamente. Logo após a invasão do Iraque por George Bush, foi para lá, atuar, ao lado de outros pacifistas visionários, como escudo humano.
No México, esteve muito perto de todos os grandes movimentos sociais dos últimos anos. Narrou o movimento dos sem-casa, após o grande terremoto de setembro de 1985. Movimento que para ele foi um marco para o fortalecimento da sociedade civil mexicana.
Foi também um dos primeiros jornalistas a citar a movimentação zapatista em Chiapas em torno do Comandante Zero. Escreveu quatro livros sobre o zapatismo. E do México escreveu para grandes publicações dos Estados Unidos e outros países. Tinha um carinho especial por Noticias Aliadas, uma agência de notícias sobre a América Latina sediada em Lima, no Peru, e foi por essa circunstância que o conheci.
Depois das discussões jornalísticas, várias visitas ao centro da bela capital peruana ou aos bares perto da praia. E aí foi possível conhecer melhor essa figura carismática, autor de importantes ensaios mas, especialmente, poesia, em livros como "Jam" (1976"), "12 songs of love and ecocide" (1977), "Jazz Mexico" (1996) e o último, "Bomba", de 2007. São as suas palavras de denúncia e paixão, que continuarão para sempre. As cinzas de John Ross, como ele desejava, seriam espalhadas pelo México e cidades norteamericanas.
Puxa vida, de novo! Mexi e remexi em minhas coisas mas não achei o "Jazz Mexico" que ele nos deu, autografado, e nem as fotos que tiramos com ele. Só encontrei uma, mas que é bem representativa do que ele era: o poeta com flores para dar às mulheres participantes do encontro. Segue um poema bem representativo desse doce rebelde, desse amante da liberdade, dessa figura tão especial:


LA VIDA HEROICA DE PRÁXEDIS G.GUERRERO (extrato de poema sobre o ativista morto na Revolução Mexicana, em 1910, com tradução livre do espanhol)

Uma brisa entrecortada

sopra por palácios e masmorras,

estábulos e cantinas,

fábricas e barracas,

as academias do assassinato,

o sussurro da Revolução.

A morte de Práxides G.Guerrero.

Um disparo repentino

no amanhecer vermelho.

Não vê a bala cega.

O cavalo empina

e se desboca.

Ele cai da sela.

O clamor das Adelitas.

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Organizações regionais de municípios elegem suas diretorias para 2011

No dia 12 de janeiro será eleita a nova diretoria da Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande (AMEG), da qual fazem parte São Sebastião do Paraíso e outros 16 municípios. A Associação dos Municípios da Microrregião da Baixa Mogiana (AMOG), integrada por Itamogi e outros 14 municípios, já elegeu sua diretoria para 2011, presidida por Álvaro Mariano Júnior, prefeito de Juruaia.
A AMEG foi presidida em 2010 pelo prefeito de São Sebastião do Paraíso, Mauro Lúcio da Cunha Zanin. A diretoria para 2011 da AMOG é formada ainda por Roberto Luciano Vieira, prefeito de Guaxupé (primeiro vice-presidente), e Ronei Vitor de Brito, prefeito de Nova Resende (segundo vice-presidente).
A provável estruturação de um consórcio intermunicipal, para a destinação de resíduos, é um dos desafios em 2011 para a Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande (AMEG). Em fevereiro será realizada a oficina de capacitação para formatação de propostas para entidades governamentais, destinada a técnicos dos municípios do Médio Rio Grande. Também em fevereiro deve ser inaugurada a sede da AMEG, em Passos.

Programação de Carnaval 2011 em Batatais começa com eleição da Corte

O calendário do Carnaval 2011 em Batatais começa com a eleição da Corte, dia 14 de janeiro, na Sociedade Recreativa Princesa Isabel, a partir das 21 horas. Serão eleitos o rei Momo, Rainha e duas princesas, para a Corte daquele que é considerado o melhor Carnaval de rua da região e um dos melhores do interior paulista.
Acadêmicos do Samba, Castelo, Riachuelo, Unidos da Liberdade e Unidos do Morro são as cinco escolas que desfilarão no Carnaval de Batatais neste ano. Muita tradição em jogo. "Na ponta da passarela" é o tema geral da festa. Será feita uma homenagem especial a Ronaldo Sciena Tofetti, primeiro Rei Momo e apresentador de desfiles. Ele faleceu em seguida ao Carnaval 2010.
A União das Escolas de Samba Batataenses (UESB) comemora 26 anos em 2011. Castelo foi a vencedora em 2010, com Acadêmicos do Samba e Unidos do Morro em segundo e terceiro lugares.

sábado, 1 de janeiro de 2011

2011 com a música de Tayane Azarias, de Itamogi

O sax de Tayane, encantando Itamogi e
pronto para voar alto (Foto Renato Fabretti)


Foi uma curiosidade geral entre os moradores de Itamogi, quando Tayane Aparecida Azarias subiu ao palco pela primeira vez no Música na Praça, promoção cultural mensal na praça São João Batista, centro da cidade. Curiosidade porque Tayane iria tocar um saxofone, instrumento incomum para jovens de sua idade. Mas logo que começou a tocar, Tayane demonstrava uma maturidade musical impressionante, para uma menina agora com 14 anos. E dai em diante foi puro deleite, apreciar as músicas populares e eruditas que ela apresentava. E assim ela espera que aconteça em 2011, com muito mais música em sua vida e na dos jovens como ela.
Nascida em Itamogi, uma irmã, Tayane teve um choque, uma revelação, quando viu no Raul Gil, pela primeira vez, o instrumentista Caio Mesquita, lançado no programa de tevê. "Achei muito interessante, comecei a ter uma vontade enorme de tocar como ele", conta a menina. Isso foi em 2006. Ela tinha 10 anos e confessa que não sabia da existência do sax. Aquele som, aquele design charmosíssimo do instrumento, foi um encantamento à primeira vista.
O que fazer? Por intermédio de uma amiga, soube que na Casa da Cultura de Itamogi havia aula de música. E Tayane passou a frequentar as aulas de Luciano Altran, músico de São Sebastião do Paraíso. As aulas básicas, o entendimento do que é a música, o aprender a ler partituras. Toda uma trajetória de descobertas, de assombro, de doces surpresas com aquilo que ela tinha dentro de si mesma e agora aflorava, em notas e sons.
"Sinto uma alegria enorme e um desejo muito grande de tocar e brilhar mais e mais", diz Tayane. Até então, como tantos de sua idade, conhecia poucos tipos de música. E agora, que ela aprecia cardápios musicais mais amplos, Tayne acha que a juventude precisaria conhecer mais outros estilos, outras formas. "Descobri outras culturas, vejo a música de outro ângulo", assinala, para logo citar um dos clássicos da música popular brasileira como revelação, para ela, de outro universo: simplemente Pixinguinha. "A música dele vai no nosso interior, nos faz refletir muito".
E assim vieram outros nomes fundamentais da MPB e também da música erudita, que ela passou a adorar. Ela lamenta que a rádio e tevê normalmente veiculem os mesmos estilos, o mesmo tipo de música ("que repete uma palavra umas cem vezes"), quando existe muito mais além do horizonte. "Quando falamos de outro tipo de música, as pessoas acham no começo que é algo chato. Mas elas precisam e podem aprender outro tipo de música, é muito bom", propõe.
Já tocou em casamentos, se apresentou em Paraíso e começa a receber convites de outras cidades. Mas não esconde, não, sonha mesmo em "brilhar muito, em tocar em Paris". Sonho absolutamente legítimo. Por enquanto, curtiu muito as Congadas no final do ano em Itamogi ("vixe, gosto muito") e tem outro sonho mais imediato, ter um sax próprio, pois o que ela usa é da Casa da Cultura, onde também está aprendendo violão - este ela já tem, dado por um primo. As delicadas descobertas, o fascínio da arte, as surpresas, os talentos brotando por todo esse Brasil enorme e absolutamente musical, como no exemplo do sax de Tayane, de Itamogi, Sudoeste de Minas Gerais, mais um orgulho da bela região.