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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Dia do Folclore, dia para a região repensar o futuro da cultura popular

No próximo 22 de agosto será comemorado mais um Dia do Folclore, data assim considerada desde 1965. Será excelente oportunidade para se refletir sobre a importância do folclore e o seu atual papel na sociedade brasileira, cada vez mais dinâmica e volátil. Para a Região Metropolitana de Campinas (RMC) e todo conjunto das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), ocasião para uma reflexão sobre os rumos da cultura popular, das raízes culturais mais profundas, em um cenário de avanço da urbanização.
Tempos rápidos, de mudanças profundas e em velocidade que às vezes assusta. O avanço frenético dos meios de comunicação, em especial da Internet, e seu impacto na sociedade é a face mais conhecida do atual modo de vida, reinante em grande parte do planeta.
Momento de grandes oportunidades, das redes sociais que aproximam pessoas, da informação instantânea, de maior transparência, mas também momento de riscos, e um deles é o relacionado à perda dos valores culturais mais íntimos do povo.
Pois é justamente disso que o folclore trata. O folclore, na raiz da palavra inglesa, é a cultura do povo, é o conjunto de valores, símbolos e expressões culturais que traduzem a alma do povo, os seus sentimentos mais profundos.
Será uma perda incomensurável para todos se a cultura popular for de alguma forma prejudicada pela hegemonia dos meios de comunicação, que podem favorecer uma cultura de massa, padronizada, muito influenciada por fatores técnicos e científicos. E pela lógica do lucro.
Não, não se trata de ficar cultuando o passando, e nem de desprezar as conquistas extremamente positivas do mundo da mídia e de outros emblemas dos avanços da ciência e da técnica. O que se trata é de continuar valorizando a cultura feita pelo povo e para o povo, uma cultura então na essência muito democrática. E que pode muito bem dialogar com o novo.
Um dos ícones da força do folclore, da cultura popular brasileira, é o resgate que está acontecendo em São Luiz do Paraitinga, a cidade que quase foi arrasada no Verão de 2010. Paraitinga é uma das cidades mais identificadas com o folclore no Brasil.
Uma questão que deve ser pensada por ocasião do Dia do Folclore é exatamente o sentido da palavra... folclore. A própria palavra passou por um processo de desprestígio. Quando se quer referir a alguém, digamos, “diferente”, que foge ao perfil do considerado “normal”, diz-se que ele é “folclórico”, como se folclórico fosse sinônimo de estranho, de algo que não faz parte da sociedade. Pelo contrário, folclore é o que está mais dentro da sociedade, é a alma, o coração humano na brasa da cultura.

Muitos grupos e pessoas continuam fazendo grandes e importantes esforços pela cultura popular na RMC e nas bacias do PCJ. A Festa do Divino em Piracicaba, onde o Cururu é uma das faces mais belas da cultura popular e onde a Festa Junina em Tupi é outra referência; a festa do Boi Falô no distrito de Barão Geraldo, em Campinas; os diversos grupos de música e dança que continuam perpetuando a cultura popular nas região - algumas luzes da alma popular que pulsam na região, como sólida base para a identidade e para a construção de um futuro mais sustentável no conjunto dos municípios.

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