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sábado, 26 de novembro de 2011

Cresce a presença de renováveis na matriz energética de São Paulo, antecipando meta para 2020

Entre 2000 e 2009 a proporção de fontes renováveis na matriz energética de São Paulo, considerando o consumo final, aumentou de 42,9% para 56,6%. Números significando que a maior parte do consumo energético no estado já era de renováveis. Os dados estão na publicação Painel da Qualidade Ambiental 2011, lançada na sexta-feira, dia 25, pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente de São Paulo.

O documento observa que esta evolução da presença de energias renováveis se deve ao incremento do uso do etanol, ao lado do aproveitamento do bagaço nas usinas de cana-de-açucar para cogeração de energia elétrica. Ou seja, a cana-de-açúcar explica esse incremento. A cana-de-açúcar ocupava 22,1% do solo agrícola de São Paulo em 2008, sendo superada apenas pela área destinada à pastagem, com 29%. Entre 1995/96 e 2007/2008, a área plantada com cana no estado aumentou de 2.886.313 ha para 5.497.139 ha, tendo crescido também o número de Unidades de Produção Agrícola (UPAs) com plantio de cana, de 70.111 para 99.799 unidades.

Os responsáveis pela publicação notam que a meta de participação de renováveis na matriz energética paulista é de 57% para o ano 2020. A meta já estaria então praticamente alcançada com muita antecedência. Entretanto, os especialistas notam que a exploração de petróleo e gás na costa paulista pode levar à diminuição da proporção de renováveis, e por isso é mantida a meta de 57% de energia renovável em 2020.

O Painel da Qualidade Ambiental 2011 também inclui os números indicando a evolução da intensidade de emissão de dióxido de carbono em relação ao PIB no estado de São Paulo. Os números mostram que essa intensidade caiu de 0,107 kg de dióxido de carbono por real em 2000 para 0,081 kg de CO2 por real em 2009. Houve, então, no período, segundo a publicação, uma significativa redução na emissão de dióxido de carbono, mesmo com o crescimento do PIB. Isso indicaria que a economia pode continuar crescendo, mesmo com dependência decrescente das fontes fósseis de energia. A meta para 2020 é de intensidade de carbono em torno de 0,068 kg CO2/R$.

Empregos verdes - O Painel da Qualidade Ambiental 2011 mostra que houve, entre 2006 e 2010, um aumento absoluto de empregos verdes em São Paulo de 690.854 para 878.837. A proporção entre o número de empregos verdes e o total de empregos no estado se manteve praticamente a mesma, de 6,7% para 6,8%. Foi mantida, igualmente, a participação de São Paulo no total de empregos verdes no Brasil, de 30,1% em 2006 (2.293.505 no Brasil) para 30,2% em 2010 (entre o total de 2.906.579 no Brasil).

A Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo considera como emprego verde aquele classificado entre as seis categorias listadas nessa condição pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a saber: produção e manejo florestal; geração e distribuição de energias renováveis; saneamento, gestão de resíduos e de riscos ambientais; manutenção, recuperação e reparação de produtos e materiais; transportes coletivos e alternativos ao rodoviário e aeroviário; e telecomunicações e tele-atendimento. Classificação naturalmente sujeita a críticas, pelos critérios usados.

A crise econômica de 2008 provavelmente afetou o desempenho na área. A expectativa do governo paulista é a de que em 2020 os empregos verdes respondam por 10% do total de empregos no estado, com ações vinculadas à Política Estadual de Mudanças Climáticas, Política Estadual de Resíduos Sólidos, Programa Madeira Legal (diminuindo o uso de madeira ilegal da Amazônia em território paulista) e o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (PROCONVE). (Por José Pedro S.Martins)

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