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sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Tratamento de esgotos domésticos em São Paulo cresce somente 7% em cinco anos

O próprio documento “Meio Ambiente Paulista – Relatório de Qualidade Ambiental 2011”, da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, lançado em junho, fornecia as pistas para a crítica situação das águas em muitas regiões do território paulista, sobretudo nas regiões do PCJ, Alto Tietê (Grande São Paulo), Sorocaba/Médio Tietê e Baixada Santista. De acordo com o documento, que reproduz números da Cetesb, entre 2006 e 2009 aumentou somente 6%, de 33% para 39%, o volume de carga orgânica, derivada de esgoto doméstico, que deixou de ser lançada diretamente nos corpos d´água. Já o Painel da Qualidade Ambiental 2011, lançado neste dia 25 de novembro, informa que o índice de remoção da carga orgânica de origem doméstica lançada diretamente nos rios foi de 40,6% em 2010. Ou seja, quase 60% do esgoto doméstico de São Paulo ainda não tinha tratamento em 2010. Um avanço de somente 7% de remoção em cinco anos.
A situação mais crítica em tratamento de esgotos em São Paulo em 2010, em termos proporcionais, era a da Mantiqueira e da Baixada Santista, com índices de remoção de carga de esgoto doméstico de somente 3,2% e 7,9%, respectivamente. Entretanto, em termos absolutos, a região do Alto Tietê, onde está a Grande São Paulo, é líder absoluta em volume de carga lançada diretamente nos corpos d´água, sem tratamento adequado. Era de quase 700 toneladas de DBO/dia de carga de esgoto doméstico lançadas na bacia do Alto Tietê, que aumentou o percentual de remoção de somente 30 para 33,6% em quatro anos. Em outras palavras, em cinco anos aumentou apenas 3,6% o volume de carga de esgoto doméstico que deixou de ser lançada diretamente nos corpos d´água, na região mais rica do Brasil. Nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, segunda região mais rica de São Paulo, o índice de remoção aumentou 17%, de 22 para 39,1%, significando que 60,9% do esgoto doméstico da região não tinham tratamento. Péssima notícia para a região que tem a pior qualidade de águas no estado.

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