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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Com 240 mil no Bolsa Família, Região Metropolitana de Campinas demanda maior ousadia na área social


Por-do-sol desde o centro de Campinas: região pode ser mais ousada na área social  

Os dados oficiais referentes a novembro indicam que os 19 municípios da Região Metropolitana de Campinas (RMC) reúnem 63.613 famílias vinculadas ao Programa Bolsa Família, ou cerca de 240 mil pessoas dependentes de alguma forma do programa social mais conhecido. Números mais do que suficientes para indicar que a RMC, apesar de apresentar bons indicadores em algumas áreas, e de ser uma das mais dinâmicas economicamente no país, ainda tem um déficit social importante, demandando políticas públicas mais ousadas, em aliança entre poder público, setor empresarial e sociedade civil.
As áreas de vulnerabilidade social da RMC já foram mapeadas pelo Núcleo de Estudos da População (Nepo) da Unicamp, indicando por exemplo os territórios de maior concentração de jovens, demandando políticas públicas específicas. Enfim, existem dados e estudos suficientes para subsidiar as políticas públicas que, espera-se, sejam incrementadas pelos prefeitos eleitos que tomarão posse em janeiro de 2013.
A RMC já foi mais ousada em termos de políticas públicas sociais, tendo sido pioneira em vários campos. Em 1964, quando a região começava a sentir os impactos da explosão demográfica, foi criada a Fundação FEAC, em Campinas. Depois vieram outras ações relevantes, como a criação nas décadas de 1970 e 1980 de organizações não-governamentais cuja missão responde a desafios emergentes, como o câncer infantil (Centro Boldrini), a AIDS (Centro Corsini), entre outros.
Durante o segundo governo de Magalhães Teixeira foi lançado um programa que, para muitos autores, é pioneiro em termos de execução de políticas compensatórias, hoje representadas pelo Bolsa Família, um dos maiores programas do gênero no mundo. Nessa mesma época a FEAC e a Prefeitura estavam juntas no Programa BID, de atendimento a crianças de rua.
Na primeira década do século 21, período em que o Bolsa Família alcançou uma enorme magnitude, as iniciativas locais e/ou regionais diminuíram um pouco o ritmo. Mas a RMC tem total condição de retomar sua vocação histórica e ser mais ousada, mais criativa, para equacionar os dramas sociais, que continuam sérios para muitas, milhares de pessoas. Contribuir para estratégias mais eficazes de desenvolvimento humano integral, em sintonia com os novos tempos, será um desafio de peso para os próximos prefeitos e vereadores na RMC.
Lembrando que em 2013 sairá o novo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, formulado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com base nos dados do Censo 2010. Será uma excelente plataforma para vislumbrar novos rumos para a área social na região que se orgulha de ser uma das mais ricas e avançadas, em termos científicos e tecnológicos, no país.

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