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sábado, 30 de julho de 2011

Rios da região em estado de alerta máximo

Nesta semana, a última de julho, o rio Piracicaba alcançou a sua menor vazão em dois anos. Foram 45,08 metros cúbicos por segundo, contra 51,23m3/s em julho de 2010 e 52,11m3/s no mesmo mês de 2009. Mais um sinal de alerta sobre a situação das águas da região, igualmente crítica em termos de qualidade.
A região da bacia do rio Piracicaba, aliás, reflete o que vem acontecendo em várias regiões do Brasil. País com alma de água, com 12,5% da água doce do planeta, o Brasil tem responsabilidades especiais em relação aos recursos hídricos.
Se o futuro do combate ao aquecimento global depende em muito das posturas de Estados Unidos e China, responsáveis, juntos, por cerca de 50% das emissões globais de efeito-estufa, o futuro das águas depende em muito de como o Brasil tratar de seus rios.
Há alguns meses a Amazônia passou por uma das maiores secas da história. O Pantanal viveu no início do ano uma cheia que há décadas não se via. A Agência Nacional de Águas (ANA) divulgou há alguns meses o Atlas Brasil, alertando que até 2025 um conjunto de 55% dos municípios poderá ter problemas no abastecimento de água, se não forem investidos R$ 22 bilhões em obras até 2015.
Pois esse quadro justifica a inquietação de várias organizações importantes com a gestão em recursos hídricos, que já teve avanços importantes após a Lei 9433, de 1997. Mas ainda falta muito a caminhar, e a situação da região do rio Piracicaba, onde está a Região Metropolitana de Campinas, é um exemplo cristalino. Alguns municípios, temendo pelo futuro, já estão construindo grandes barragens para armazenar água. Uma definição sobre o Sistema Cantareira, cuja outorga termina em 2014, também é estratégica para o futuro regional.
Em 2012 o Brasil será sede da Rio+20, que talvez supere a Eco-92 em participação e atenção da mídia e será decisiva para o futuro planetário. É oportunidade de ouro para o país passar a liderar movimento global pela sustentabilidade, a começar pela substância vital, a água que é símbolo de clareza, de transparência, de leveza, de pureza, de limpeza. Assim deveria ser o estilo de vida do século 21. (José Pedro S.Martins)

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