HISTÓRIA(S)

(Estação Cultura, antiga Companhia Paulista, Campinas, foto Tomas May)

PADRE NELSON, O SEMEADOR DE PROJETOS DE VIDA

Por José Pedro S.Martins


Padre Nelson, feliz com os novos desafios, perto dos 70 anos 

      Pode um homem ou uma mulher reconstruir a sua vida, com alegria e esperança renovadas?
      Ainda não sabia por que, mas há muito tempo eu queria fazer essa pergunta para o padre Nelson, e senti que a hora tinha finalmente chegado quando o vi caminhando, tranquilo e bem devagar, em uma rua bem perto da casa de meu pai. Eu era um pré-adolescente quando ele foi titular da paróquia de Itamogi, fui seu aluno de Ensino Religioso na Escola Estadual e, depois, quando ele foi para outra cidade, não tive mais oportunidade de encontrá-lo como gostaria.
     Em mais de 30 anos, o revi pouquíssimas vezes, geralmente durante as festas das Congadas no final de ano, momento de encontro obrigatório dos itamogienses ausentes. No íntimo, o desejo de ter "aquela" conversa foi aumentando. Quando o vi naquele dia, no final de abril de 2011, entendi que "o" momento tinha chegado.
     A pergunta que eu gostaria de fazer há tanto tempo foi respondida imediatamente, sem rodeios, inclusive porque o próprio padre Nelson estava começando uma nova vida. Após anos em várias paróquias, voltou a fixar residência em Itamogi. Perto de completar 70 anos de idade, ele assumiu um novo desafio, o de titular da paróquia de Senhor Bom Jesus da Guardinha, distrito de São Sebastião do Paraíso, a poucos quilômetros de Itamogi.
    "Sempre é possível recomeçar, quando se está aberto para o novo e se acredita que é possível transformar novos projetos em realidade", diz o padre Nelson. Ele sabe muito bem o que significa a expressão transformar novos projetos em realidade. Depois dele, Itamogi nunca mais foi a mesma. O alcance de suas obras, em pouco mais de quatro anos de pároco, apenas agora talvez possa ser avaliado em toda sua dimensão.
     A curta trajetória do padre Nelson em Itamogi, entre 1971 e 1975, é um resumo perfeito de todas as transformações sociais, políticas, culturais e espirituais que o Brasil vivenciou na época. Esses anos em que o sacerdote assumiu a Paróquia de São João Batista são, do mesmo modo, um retrato sem retoques de como o novo pode ser repelido por forças do atraso mas, sobretudo, de como é possível viabilizar mudanças, quando se acredita firmemente na realização de um ideal. Esses quatro anos, enfim, são a melhor resposta à minha pergunta inicial, pois demonstram que, sim, é possível reconstruir uma vida, ou mesmo várias vidas, com alegria e esperanças renovadas, mesmo que se tenha de enfrentar barreiras aparentemente intransponíveis.

Família de 20 irmãos


Ladislau, a esposa Maria Flosina e a numerosa família

      Em 16 de outubro de 1969, depois de mais de quatro décadas à frente da paróquia de Itamogi, morria o padre João Alberto Deleglise. De origem francesa, da região da Normandia, deixou marcas profundas na cidade. Chegou em Itamogi em 1925. Após sua morte, Itamogi teve dois párocos substitutos, até que fosse definido um titular. Foram o Padre Egídio Marcelo Rosa e Monsenhor José Faria de Castro.  
      Já em 6 de junho de 1971 assumia o pároco titular, padre Nelson Fernandes de Oliveira, nascido em Guapé, de uma família de 20 irmãos, filhos de Ladislau Fernandes de Oliveira e Maria Flosina de Castro. Nelson nasceu a 2 de abril de 1942 e oito anos depois a família se mudou para Passos, onde os pais acreditavam que haveria maiores possibilidades de desenvolvimento para os filhos. Um de seus irmãos é Ladislau "Lau" Oliveira, poeta e escultor (ver na coluna IDEIAS), de quem o padre Nelson tem uma carinhosa lembrança e guarda algumas peças em sua casa.



Padre Nelson e obras do irmão Lau, que ele guarda com enorme carinho

     Em 1957 começou o Seminário Nossa Senhora de Fátima, de Itaúna, e dois anos depois ingressou no Seminário São José de Guaxupé, onde se manteve até 1963. No ano seguinte, o do golpe militar de 31 de março, iniciou o curso de Filosofia no Seminário Maior de Nossa Senhora Auxiliadora, ainda em Guaxupé. 
     Depois se transferiu para o Seminário Coração Eucarístico, em Belo Horizonte, onde teve a oportunidade de cursar Teologia na Universidade Católica de Minas Gerais. Na capital mineira, o futuro sacerdote presenciou sinais da violência da ditadura militar que se instalava no país. Alguns de seus professores e colegas foram presos.
     Também em Belo Horizonte, o futuro padre Nelson passou a sentir mais intensamente a nova realidade que a Igreja brasileira estava vivenciando, como fruto das transformações ensejadas pelo Concílio Vaticano II, realizado entre 1962 e 1965. Convocado pelo papa João XXIII, foi concluído já sob o papado do sucessor, Paulo VI. Em síntese, o que o Concilio pregava era a necessidade da Igreja "sair da sacristia" e ir para o mundo, viver a realidade das pessoas, em carne e osso e todas as suas necessidades e também todos os seus sonhos e esperanças.
     A Igreja Católica brasileira foi uma das que melhor absorveram os princípios do Vaticano II. Com a escalada de violações aos direitos humanos perpretada pela ditadura, a Igreja brasileira, que inicialmente deu apoio ao golpe de 64, "mudou de lado" quase em sua totalidade. Lideranças como os cardeais d.Paulo Evaristo Arns, de São Paulo, e d.Helder Câmara, de Recife, se destacariam na proteção dos presos políticos.
      Em 1968, quando o padre Nelson recebia ordens menores (ostiário, leitor, acólito) em Belo Horizonte, no Coração Eucarístico, outro fato impulsionou mudanças mais rápidas na Igreja brasileira. Foi a Conferência Episcopal de Medellín, na Colômbia, realizada entre 24 de agosto a 6 de setembro. O evento marcou uma virada completa no modo de agir da Igreja latinoamericana, seguindo o espírito do Concílio Vaticano II. Boa parte da Igreja do continente, e sobretudo da brasileira, assumiu a "opção preferencial pelos pobres", defendida pela Teologia da Libertação, que durante anos daria a tônica em muitas comunidades católicas.
      Pois foi no meio dessas mudanças todas, desse verdadeiro vendaval que soprava sobre a Igreja Católica brasileira, que o padre Nelson foi ordenado, em 1970, como diácono em Cássia e presbítero em Passos. Entre 1970 e começo de 71, foi pároco auxiliar em Alpinópolis e, no mesmo ano, o bispo de Guaxupé, d.José de Almeida Batista Pereira, o considerou maduro para assumir a titularidade da paróquia de Itamogi.

   Itamogi e os "anos de chumbo"



Capela de São Sebastião, do período do padre Nelson, em estilo moderno, refletindo os novos tempos 

     Logo ficaria claro que Itamogi, nesse início da década de 1970, era um microcosmo do que acontecia no Brasil. Após décadas sob a liderança espiritual do padre João, religioso formado na visão católica mais tradicional, chegava à cidade um novo sacerdote, jovem em idade e ideias, e que certamente estava entusiasmado com toda a metamorfose que a Igreja vivia no país. 
    Padre Nelson tinha total consciência que o Brasil vivia uma ditadura, que era preciso muito cuidado com o que faria. Mas, fiel ao seu próprio sentimento de vivência cristã, e em sintonia com o "espírito da época", passou a se dedicar de fato a muitas ações na área social. Era a Igreja indo de encontro ao povo, particularmente do povo mais sofrido.



Padre João, à direita, na cerimônia em que Itamogi recebeu verba para construir Ginásio, depois Escola Estadual, onde padre Nelson daria aula  

     A primeira obra foi direcionada aos idosos que vivam em condições absolutamente desumanas em uma casa próxima ao cemitério. Padre Nelson começou então uma campanha comunitária para a edificação de um novo espaço, realmente condizente com a condição humana dos idosos. Assim foi construído o Lar dos Velhinhos,  uma das múltiplas obras viabilizadas na rápida passagem do religioso pela cidade. Foi inaugurado, como Lar dos Pobres, a 9 de setembro de 1973.
    Já era uma amostra do estilo do novo pároco, mas também foi uma obra que começou a despertar a reação de forças tradicionais, e que se sentiam ameaçadas pela sua atuação. "Era natural essa reação. É natural que os mais antigos tenham medo do novo", comenta o padre Nelson.
    Foi muito forte a campanha contra o religioso, que não se dobrou, porém, às ameaças. "É mais fácil acomodar, deixar tudo como está. Mas quando se tem um objetivo definitivo e fé no coração, as dificuldades ficam menores. É preciso ter persistência nos objetivos traçados, e fui em frente, pois achava que podia contribuir com o que considerava melhor para Itamogi na época", ele lembra. 
    O clima na cidade realmente ficou tenso por algum tempo, a ponto do padre Nelson ter sido chamado à delegacia regional de polícia, para reunião com o delegado e alguns representantes das "forças da reação". Após ouvir todas as partes, o delegado foi taxativo: "Deixem o padre trabalhar, ele não está fazendo nada demais".
     Depois desse encontro o clima ficou mais ameno, mas nunca, nos quatro anos de paroquiato, o padre Nelson ficou completamente isento de oposição. Ele foi em frente, com o apoio cada vez maior da população.

A organização da comunidade


Primeira diretoria do Lions Clube de Itamogi, na qual o padre Nelson foi Orador

      Organização da comunidade. Este talvez tenha sido o resumo do legado do padre Nelson em quatro anos de Itamogi. Várias de suas iniciativas apontaram nessa direção. Foi um dos fundadores, a 10 de janeiro de 1975, do Lions Clube de Itamogi, que teve como primeiro presidente Aparecido Alves de Lima. Padre Nelson foi o primeiro orador do clube de serviços, que depois de algum tempo construiria um clube social que durante anos sediou os bailes e principais comemorações da cidade - é o mesmo prédio que, reformado, hoje abriga a sede da Prefeitura Municipal.
     Antes desse espaço do Lions, os bailes e demais festividades eram realizados no Salão Paroquial, outra iniciativa do padre Nelson. Muitos Carnavais foram promovidos ali, assim como peças de teatro e várias outras atividades, religiosas ou comunitárias. O Salão foi inaugurado a 26 de fevereiro de 1974, tendo sido o espaço original das Festas do Itamogiense Ausente, que marcaram época. Outra festa originada no mesmo período foi o Festival do Chopp.  



Caneca do Festival do Chopp: poucos têm essa preciosidade em casa

     Padre Nelson teve uma grande aliada na construção do Salão Paroquial e outras obras erguidas no período: a juventude. Os jovens perceberam a abertura que a Igreja estava vivendo, e deram grande apoio ao padre Nelson, se sentindo igualmente respaldados por ele.
     Nasceu nessa época o grupo JUCAI (Juventude Católica de Itamogi), embrião de várias ações sociais, culturais e desportivas na cidade. Grupos musicais e esportivos, como o Juventus (ver na coluna GENTE), nasceram no período, estimulados pela atmosfera favorável criada, sob a liderança do padre Nelson.
     Foi realmente uma época especial. Tudo praticamente aconteceu ao mesmo tempo. Nesses mesmos anos foram inaugurados o estádio municial de Itamogi "Francisco Furtado de Medeiros" e o novo e ampliado espaço do Cine Éden, do Vadico. O Padre Nelson se encarregou das bençãos nas suas inaugurações. A do novo Cine Éden, com 420 poltronas estofadas e tela suspensa, foi a 13 de dezembro de 1973, com o filme "A Última Esperança da Terra".



Padre Nelson abençoa novo Cine Éden, com Everaldo Barbosa ao lado e o então prefeito José "Zequinha" Soares logo atrás

      Também nessa época, sob o estímulo do pároco, começou a haver uma maior presença laica na Igreja. Vários itamogienses passaram a participar de grupos como Cursilhos de Cristandade e TLC, que de algum modo refletiam a nova presença da Igreja no mundo. Outra obra do período foi a Capela de São Sebastião, erguida em estilo moderno, em sintonia com os novos tempos da Igreja.
      Enfim, uma mudança total na vida social, cultural, espiritual e esportiva de Itamogi, nos quatro anos do padre Nelson na cidade. Naquele momento histórico, era inevitável que tanta transformação gerasse incômodo em certas áreas. Atenuada, diante de tantas obras lideranças pelo religioso, a oposição efetivamente continuou, a ponto de, quando ele deixou a cidade, em 1975, alguns dos opositores tenham festejado aquilo que consideraram "derrota do padre".
     Não foi nada disso. Tinha total apoio da maioria da comunidade e do bispo d.José. "Sempre fui um perseguidor de objetivos. Eu considerei que todos os objetivos que tinha traçado em relação a Itamogi já tinham sido cumpridos. Meus objetivos, em Itamogi e em outras cidades, sempre foram no sentido de ajudar as comunidades a crescerem, a se desenvolverem. Assim, como aqueles projetos já tinham sido cumpridos, considerei melhor partir para outros desafios", resume padre Nelson, que julga ter sido absolutamente decisiva, fundamental, a sua passagem por Itamogi, logo no início da carreira sacerdotal, para a trajetória que teria a seguir. "Aqueles anos me deram muita experiência, maior consciência de como funciona a realidade social e de como objetivos perseguidos com persistência podem ser atingidos". Com a sua saída, Itamogi teve como novo pároco o padre Alcides de Souza, que permaneceu entre 8 de dezembro de 1975 e julho de 1978.

Novas cidades, novos desafios 

Avenida padre José Deleposte, na Nova São José da Barra 
     O "perseguidor de objetivos", como padre Nelson se define, manteve a mesma linha pastoral nas paróquias seguintes que dirigiu. O mesmo sentido de contribuir para a organização da comunidade, para o seu desenvolvimento espiritual mas também social, econômico, cultural.
     Em 1975 assumiu a Paróquia do distrito de São José da Barra. No mesmo ano participou das festividades do Ano Santo em Roma. Já instalado na Barra, participou daquela que foi literalmente uma reconstrução. A "nova" Barra se originou da inundação da "antiga" Barra pelas águas do Lago de Furnas, onde funciona um dos mais importantes complexos hidrelétricos de Minas Gerais.
     Foram 19 anos de paroquiato do padre Nelson na Barra-Furnas. Neste período, foram inúmeras conquistas para o distrito, como captação e distribuição de água, posto de saúde, delegacia de Polícia, farmácia, posto bancário, campo de futebol, capela, casa e salão paroquial.
     De modo a coordenar as ações da comunidade, foi estruturado o Conselho de Desenvolvimento Comunitário (CODEC), cuja atuação foi responsável por diversas realizações, como armazém comunitário, fábrica de farinha de milho e várias oficinas para geração de renda.



Bruges, na Bélgica, e os canais da "Veneza do Norte": momento para estudo e reflexão

     Entre 1978 e 79 padre Nelson esteve em Bruges, na Bélgica, para o curso de Teologia Pastoral pela Universidade Católica de Lille, França. Pausa para reflexão e introspecção, na bela cidade belga, cortada de canais e que por isso é chamada de Veneza do Norte. É considerada cidade desde 1128, embora a região já tenha sido ocupada muito antes. O seu centro histórico é Patrimônio Cultural da Humanidade desde 2000.



Religiosos e religiosas do mundo todo que estudaram na Bélgica com o padre Nelson, agachado à direita na foto

  
    Depois da Barra-Furnas, padre Nelson permaneceu entre 1994 e 2001 em Passos, onde foi auxiliar da paróquia de Senhor Bom Jesus dos Passos e Capelão do Carmelo. Entre 2001 e 2003, foi pároco de Bom Jesus da Penha e, entre 2004 e 2010, vigário da paróquia de São José da Barra. Em sua passagem pela Barra, foi um dos responsáveis pela implantação do loteamento, com 115 lotes, no bairro Bom Jesus dos Campos, onde foi construída uma capela.
    Em 2010, 40 anos de vida sacerdotal. Incontáveis realizações, no período em que manteve rica atividade docência. Foi professor no Seminário São José, na Escola Estadual de Itamogi, no Colégio Professor Morais de Belo Horizonte, orientador e coordenador de professores de ensino religioso do Colégio Cardeal Mota de São Paulo.

A Igreja, hoje



Capela de Bom Jesus dos Campos, bairro que o padre Nelson viu crescer

    O "perseguidor de objetivos" é incansável. Depois de cirurgia e longo tratamento de saúde, ele continua firme, agora com novo desafio, como pároco de Senhor Bom Jesus da Guardinha, distrito de São Sebastião do Paraíso. Assumiu a paróquia a 25 de novembro de 2010 e em seguida já atuava na busca de melhorias para a comunidade.
    Hoje padre Nelson vê a consolidação daquilo que o Concílio Vaticano II vaticinava, com a Igreja brasileira mais presente na vida social, comunitária - tendência da qual ele foi um dos precursores, como mostrou sua atuação em Itamogi de 1971 a 75. Um dos sinais mais evidentes dessa abertura para o mundo, na sua opinião, foi a Campanha da Fraternidade de 2011, sobre Fraternidade e a Vida no Planeta. Uma clara inquietação com os rumos do planeta, com todos os seus desequilíbrios ambientais, como no caso do aquecimento global.
    Outro exemplo: a atuação da Igreja brasileira em casos como o do apoio à reforma agrária, aos direitos indígenas. Padre Nelson participou em 2008 de um retiro, que teve como um dos principais pregadores o bispo d.Luis Flávio Cappio, da diocese de Barra, na Bahia. O bispo teve o seu nome projetado em termos nacionais e internacionais em função das greves de fome que protagonizou em 2005 e 2007 contra o projeto de transposição de águas do rio São Francisco. "Ele nos explicou em detalhes como o seu protesto tinha todo um embasamento científico", conta padre Nelson.
    Uma das convicções do padre Nelson ajuda a explicar a sua trajetória, o seu envolvimento em tantos projetos comunitários. É a visão de que "Cristo não veio para salvar almas, mas o ser humano". Foi este o sentido da paixão de Cristo, o de propiciar a vida em abundância para o ser humano, que é conquistada com o seu desenvolvimento intelectual, social, comunitário, enfim, rumo a "um ser desenvolvido, salvo e liberto" de todas as formas de opressão.

Felicitações de um menino pelo aniversário do religioso, em 1992: "Assim que eu aprecio a beleza da natureza, também aprecio a grandeza de seu coração, tão generoso" 

    Fé e vida, juntas. O padre Nelson está de volta à cidade onde começou a sua vida sacerdotal e à qual aprendeu a amar com todas as suas forças. Quando estava fora, na Barra, Furnas, ou Passos, sempre voltava a Itamogi, nunca perdendo os festejos das Congadas, no final do ano. E em todo ano, o encontro tão esperado com integrantes daquela experiência revolucionária que foi a JUCAI. Pessoas cujas vidas ele mudou para sempre, com sua perspectiva inovadora do mundo. Agora os jovens de sempre da JUCAI têm um motivo a mais para estar o maior tempo possível em Itamogi, onde novamente anda, calmamente, com a paciência e humildade típicas dos sábios, o padre Nelson Fernandes de Oliveira.       

(Muitas fotos deste perfil do padre Nelson são reproduções de imagens incluídas na publicação editada por amigos seus em 2010, por ocasião de seus 40 anos de sacerdócio; outras fotos são do autor do artigo e outras, reproduções de imagens que estão no Museu "Nino Delicatti", da Casa da Cultura de Itamogi)