terça-feira, 29 de março de 2011

Prosas e proezas dos filhos da pauta de Campinas




Um dos meus maiores orgulhos como jornalista é ter participado do livro "Os filhos da pauta - Cronistas de Campinas", lançado em 1997, por Edições Independentes, com textos de jornalistas que trabalhavam no Correio Popular: Carlos Lemes Pereira, Célia Siqueira Fajallat, Dario Carvalho Júnior, Marcelo Pereira, Rogério Versignasse e eu. Artigos e reportagens sobre a cidade de Campinas, mas sobretudo sobre a vida em todas as suas dimensões, no livro que teve prefácio de Pedro J.Bondaczuk. (Ver trechos na página MEUS LIVROS)

quarta-feira, 23 de março de 2011

Empresários e ambientalistas de Minas e São Paulo apresentam neste 24 de março proposta de consenso sobre Código Florestal

Nesta quinta-feira, dia 24 de março, organizações ambientalistas e empresariais de Minas Gerais e São Paulo irão apresentar documento com propostas conjuntas relacionadas a modificações no Código Florestal. Após intensas negociações, as organizações chegaram a um acordo, em função da polêmica provocada pelo substitutivo do deputado Aldo Rebelo (PC do B) de mudanças no Código Florestal. Ambientalistas e cientistas têm divulgado nos últimos meses sérias críticas ao substitutivo do parlamentar comunista.
Em Minas Gerais, a cerimônia de lançamento do documento acontecerá às 13h30, em Belo Horizonte, na sede da AMDA - Associação Mineira de Defesa do Ambiente. Estarão presentes representantes da AMDA, do Sindiextra (Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais) e outras nove organizações signatárias.
O mesmo ocorrerá em São Paulo, em ato simultâneo, no hotel Tivoli São Paulo Mofarrej, nos Jardins, com a presença de representantes empresariais do setor de base florestal plantada (celulose) e várias organizações ambientalistas de expressão nacional. Documento similar já havia sido entregue no último dia 15, por representantes de ambientalistas e setor de celulose, ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia. O documento foi encaminhado por Maia ao deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), coordenador da câmara de negociação criada na Câmara dos Deputados, relacionada ao projeto de Aldo Rebelo.
A redução da Área de Preservação Permanente nas margens de rios, o que poderia incrementar o desmatamento e os riscos para os recursos hídricos, é uma das principais preocupações de cientistas e ambientalistas. A redução da reserva legal na Amazônia também inquieta, pois também poderia estimular mais desmatamento na região.
Um estudo dos pesquisadores Gerd Spavorek (ESALQ, USP), Alberto Barretto (aluno de doutorado da ESALQ-USP), Israel Klug (consultor) e Goran Berndes (professor da Universidade de Chalmers, Suécia) demostrou que não seria necessário maior desmatamento para aumentar a produção agrícola no Brasil. O incremento da área agrícola seria nas áreas de pecuária extensiva. A pecuária, por sua vez, poderia poderia ser estimulada pela intensificação e ganho de produtividade.
No estudo, eles lembram que 83 milhões dos 278 milhões de hectares ocupados pelo setor agrupecuário no país não estão em conformidade com o Código Florestal ainda em vigor, e deveriam então ser recuperados. Ou seja, mesmo com o Código Florestal em vigor, já ocorre desmatamento. Se ele for "abrandado", os riscos seriam maiores.

terça-feira, 22 de março de 2011

Sociedade brasileira tem indignação retórica, diz Washington Novaes no Dia Mundial da Água 2011

Inauguração do auditório Capivari, da Sanasa,
em Campinas, no Dia Mundial da Água de 2011


Jornalistas José Pedro Martins e Washington Novaes
debatem desafios das águas no Brasil

Prefeito dr.Hélio de Oliveira Santos lembra origem do saneamento
em Campinas, após febre amarela no final do século 19



Vereador Luiz Yabiku, prefeito dr.Hélio Santos,
vice-prefeito Demétrio Vilagra e presidente da Sanasa, Lauro Péricles

A sociedade brasileira tem uma indignação retórica, e por isso não age como deveria em relação ao enorme déficit no saneamento, uma das principais causas da má qualidade da água em muitas regiões do país mais privilegiado em recursos hídricos do planeta. A afirmação é do jornalista Washington Novaes, e foi feita na manhã deste dia 22 de março de 2011, em Campinas, em evento relacionado ao Dia Mundial da Água. O evento marcou a inauguração do auditório Capivari da sede da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A (Sanasa).
O prefeito dr.Hélio de Oliveira Santos participou da cerimônia, e lembrou como o saneamento começou a ser tratado com seriedade em Campinas, após a epidemia de febre amarela no final do século 19 e que devastou a cidade. Mais de um século depois, complementou o prefeito, a cidade dá o exemplo, com o avanço exponencial no tratamento de esgotos. Até 2012 estará instalada a capacidade de tratamento de 100% dos esgotos, após a inauguração de estações como a Estação Produtora de Água de Reuso (Repar), na bacia do rio Capivari.
Também participaram da cerimônia o vice-prefeito e presidente da Ceasa-Campinas, Demétrio Vilagra, o presidente da Sanasa, Lauro Péricles, e o vereador Luiz Yabiku, representando a Câmara Municipal. Outros vereadores e diversos secretários municipais acompanharam a solenidade.
Múltiplos desafios - O evento na Sanasa, na manhã de quarta-feira, 22 de março, foi encerrado com um painel com a participação dos jornalistas Washington Novaes e José Pedro Martins. Uma das referências no jornalismo ambiental brasileiro, Novaes considerou um enorme absurdo os déficits no saneamento no país, como o fato de que mais da metade dos domicílios ainda não esteja ligada à rede coletora de esgotos. Citou o caso de Belém, em plena Amazônia, onde há apenas 8% de coleta e 3% de tratamento de esgotos.
Novaes defendeu a cobrança pelo uso dos recursos hídricos, o fortalecimento dos Comitês de Bacias Hidrográficas e a cobrança dos geradores de resíduos pelo lixo que produzem. Observou que a composição do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, em sua maioria por membros ligados a órgãos do governo federal, gera situações como a da aprovação da transposição do Rio São Francisco. "A transposição foi recusada por imensa maioria no Comitê do São Francisco, mas acabou aprovada no CNRH pela maioria governista", protestou.
O jornalista também denunciou o risco de adoção da tecnologia de incineração de resíduos no Brasil e afirmou que, se aprovado o projeto do deputado Aldo Rebelo (PC do B), de modificação do Código Florestal, o setor agrícola "caminhará para o suicídio", na medida em que a redução da área de preservação permanente terá impacto direto na produção de águas para a lavoura. No final, defendeu uma postura mais ativa da sociedade brasileira, que a seu ver sofre de indignação retórica, não protestando e sobretudo agindo em relação a déficits no saneamento e todos os riscos ligados ao abastecimento de água. O ser humano precisa considerar todas espécies vivas e recursos naturais como importantes, este é um passo essencial para uma nova cultura ambiental, concluiu Washington Novaes, articulista de "O Estado de São Paulo" e comentarista na TV Cultura.
O jornalista José Pedro Martins observou que a região da bacia do Rio Piracicaba tem dado (com iniciativas como a criação do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) importante contribuição na reflexão e em ações visando a proteção das águas no Brasil, incluindo a formulação da Lei Nacional de Recursos Hídricos, de 1997. Protestou contra a falta de medidas concretas relacionadas a alternativas ao Sistema Cantareira e lembrou que a Sanasa resistiu às várias tentativas de privatização. Lembrou ainda que houve forte movimento em Campinas contra um projeto de incineração de resíduos na cidade, que acabou sendo arquivado, na década de 1990. E pontuou que o Brasil, "país com alma de água", país mais privilegiado em recursos hídricos do mundo, não lidera como deveria um debate internacional sobre novo modelo de uso e proteção das águas.

sábado, 19 de março de 2011

Bacia do Rio Grande sofre com falta de tratamento de esgotos e depósito inadequado de lixo


A Bacia do Rio Grande, compreendendo o Sul de Minas Gerais e Nordeste de São Paulo, sofre com a falta de tratamento de esgotos e com a destinação inadequada de resíduos sólidos urbanos. Esta é uma das conclusões do Diagnóstico da Situação dos Recursos Hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio Grande (BHRG) - SP/MG, elaborado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), ligado ao governo de São Paulo. Encontrar caminhos para o tratamento de esgotos e destinação correta do lixo na região é um dos desafios da Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) do Rio Grande, que será instalado em junho de 2011 (Ver post abaixo).
O território que corresponde à bacia do Rio Grande tem 143 mil quilômetros quadrados, sendo 60,20% em Minas Gerais e 39,80% em São Paulo. São 393 municípios na bacia, sendo 179 (45,55%) em São Paulo, incluindo Altinópolis, Batatais e Santo Antônio da Alegria, e 214 (54,45%) em Minas Gerais, incluindo Itamogi, Monte Santo de Minas e São Sebastião do Paraíso. São cerca de 9 milhões de moradores, o que significa o segundo Comitê de Bacias Interestadual em população no Brasil, atrás somente do Comitê do Rio São Francisco, onde moram mais de 16 milhões de pessoas em sete estados. Ribeirão Preto, Franca e Uberaba são os municípios mais populosos na bacia do Rio Grande.
56% da área da bacia são cobertos com pastagem e 36% com culturas agrícolas, restando apenas 3,38% de vegetação nativa, sobretudo de Cerrado, o que indica um dos grandes desafios ambientais na região. O rio Grande nasce na Serra da Mantiqueira, em Bocaina de Minas, a cerca de 1980 metros de altitude, e deságua no rio Paraná, na divisa dos municípios de Santa Clara do Oeste (SP) e Carneirinho (MG). São 13 barragens no percurso do rio Grande, cuja bacia representa 8% da capacidade instalada de geração de eletricidade do Brasil, propiciada por 71 hidrelétricas.
Os principais afluentes do rio Grande são, na margem direita, rios das Mortes, Jacaré, Santana, Pouso Alegre, Uberaba e Verde ou Feio. Na margem esquerda, estão os rios Capivari, Verde, Sapucarí-Mirim, Sapucaí (de Minas), Pardo, Sapucaí (de São Paulo), Mogi-Guaçu e Turvo.
A bacia do rio Grande conta com mais de 30 mil estabelecimentos industriais, 54% deles em território paulista. A região tem um rebanho de mais de 94 milhões de cabeças, sendo 86 milhões de galináceos, 7 milhões de bovinos e 1,5 milhão de outros. No total, corresponde a 30% do rebanho de São Paulo e Minas Gerais juntos.
São múltiplos os desafios a equacionar, e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande terá o papel de encontrar caminhos para solucioná-los. Somente em território paulista, entre 2002 e 2005 foram identificadas 344 áreas contaminadas. Também em espaço paulista, foram identificadas 1.647 feições erosivas entre 1987-2007.
O estudo do IPT mostra que 34% da porção mineira da bacia do Rio Grande representam terrenos com erosão agravada por desmatamento generalizado ou queimada e/ou pastoreio em campo tropical. A pior situação é a das sub-bacias do Baixo e Médio Rio Grande e a do Entorno do Reservatório de Furnas, com 94,43%, 72,78% e 64,17%, respectivamente, de área com aceleração da erosão. Itamogi, Monte Santo de Minas e São Sebastião do Paraíso estão localizados na sub-bacia do Médio Rio Grande.
Outros desafios são apontados no estudo do IPT. Um deles está relacionado ao dos óbitos e internações decorrentes de doenças de veiculação hídrica. Foram 345 óbitos somente em 2006, sendo 70% deles registrados em território paulista. Outro ponto crítico se refere ao monitoramento de poços d´água. Somente 45 poços tinham monitoramento. Somente 3% do território da bacia são abrangidos por Unidades de Conservação. E apenas 15% da extensão dos rios da bacia tinham monitoramento. Números que indicam o grande trabalho que o CBH do Rio Grande terá pela frente. (JPSMartins)

Águas do Rio Grande unem Minas Gerais e São Paulo: Comitê buscará despoluição e proteção dos rios


Bacia do Rio Grande, no Sul de Minas e Nordeste de São Paulo,
terá Comitê Interestadual
(Mapa disponibilizado no Sistema Integrado de
Informações Ambientais - SIAM, vinculado à Secretaria
de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentável - SEMAD de Minas Gerais)
Minas Gerais e São Paulo já constituíram a "política do café com leite", referência ao período em que mineiros e paulistas se alternavam na Presidência da República, até que esse ciclo fosse rompido com o movimento liderado por Getúlio Vargas em 1930. Agora, começando a segunda década do século 21, mais do que nunca os dois estados estarão unidos pelas águas, em função da estruturação do Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) do Rio Grande, que abrange o Sul de Minas e Nordeste de São Paulo. Quando for instalado, até junho de 2011, será o segundo maior Comitê de Bacia Hidrográfica interestadual no Brasil, atrás somente do Comitê do Rio São Francisco. A expectativa é enorme com a criação do CBH do Rio Grande, pois quando estiver funcionando será decisivo em termos de proteção das águas nessa região absolutamente estratégica para o futuro do Brasil, responsável por exemplo por 8% da capacidade instalada de geração de eletricidade do país.
O Comitê de Bacias é um órgão previsto na legislação brasileira, particularmente pela Lei da Política Nacional de Recursos Hídricos, a Lei 9433, de 8 de janeiro de 1997. No Comitê estão representados os municípios, orgãos estaduais, associações de usuários, setor empresarial e sociedade civil da respectiva bacia. Considerado como o "Parlamento das Águas", o Comitê debate os temas mais importantes relacionados às águas naquela bacia, decidindo sobre questões como a implantação de empreendimentos nesse território. Cabe ao Comitê, por exemplo, decidir se haverá ou não cobrança pelo uso da água naquela bacia. Em algumas bacias brasileiras, como aquelas reunidas no Comitê das Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, que abrange a região de Campinas, já está acontecendo a cobrança pelo uso da água, resultando em recursos financeiros aplicados em obras de tratamento de esgotos e outras ações destinadas a despoluir e proteger as águas nesse território.
Pela legislação, os Comitês de Bacias interestaduais são constituídos nas áreas dos chamados rios de domínio da União, ou seja, aqueles que atravessam mais de um estado. É o caso do Rio Grande, cuja bacia abrange o Sul de Minas e o Nordeste de São Paulo. O CBH do Rio Grande terá abrangência sobre áreas de oito Comitês de Bacias de Minas Gerais e seis de São Paulo.
A criação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande foi aprovada no dia 13 de abril de 2010 pelo Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH). A criação foi materializada com o Decreto Federal 7254/10, de 2 de agosto de 2010, assinado pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva.
No dia 9 de novembro de 2010, em Poços de Caldas, Sul de Minas, tomou posse a diretoria provisória do CBH do Rio Grande, presidida por Cleide Izabel Pedrosa de Melo, diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM). No mesmo dia, e sob a coordenação da Agência Nacional de Águas (ANA), foram criados grupos de trabalho, com a função de preparar a instalação do CBH do Rio Grande, que deve ocorrer até junho de 2011, quando será eleita a primeira diretoria definitiva.
Quando constituído, o Comitê da Bacia do Rio Grande se tornará um dos principais espaços de discussão sobre o futuro das águas no Brasil. Um momento histórico, um grande passo para a recuperação e proteção das águas na bacia do Rio Grande. Região de muita história, fundamental, por exemplo, na transformação do Brasil no principal produtor de café do mundo. Espaço de difusão de ferrovias como a Companhia Mogiana, área de intensa atividade política, de onde saíram vários presidentes da República. Agora continuará fazendo história, com a constituição de um dos principais Comitês de Bacia Hidrográfica do Brasil. Um salto para o futuro, no caminho das águas do Rio Grande. (Por José Pedro S.Martins)

terça-feira, 15 de março de 2011

Usina nuclear de Angra 1 desligada após falso alarme, dois dias antes da tragédia no Japão

A usina nuclear de Angra 1 foi desligada, em função de um falso alarme, dois dias antes do terremoto no Japão, seguido de tsunami, eventos que afetaram o funcionamento da usina nuclear de Fukushima. Foi o terceiro desligamento das usinas nucleares no Brasil apenas nos primeiros meses de 2011, o ano que ficará marcado na história como o de novo golpe contra a energia nuclear, em razão da repercussão das catástrofes no Japão. A tragédia japonesa acontece no momento em que o governo brasileiro está prestes a divulgar uma lista de locais que poderiam receber usinas nucleares na Região Nordeste ou em outro ponto do país.
Segundo informou o site da Eletronuclear, a usina de Angra 1 havia sido desligada manualmente, no dia 9 de março, às 07h05, "numa ação eminentemente preventiva, devido à atuação indevida de alarmes". A causa dos alarmes, esclareceu a estatal, "foi a falha de um sistema eletrônico que não afeta a segurança da usina", complementando que "esse sistema foi imediatamente identificado e substituído".
A usina Angra 1 foi conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) de eletricidade às 23h20 do mesmo dia 9 de março. Às 7 horas do dia 10 já estava gerando 352 megawatts, entrando em "processo de elevação de potência". A usina de Angra 2 foi desconectada do SIN às 3h25 de 22 de fevereiro, voltando a operar às 9h17 do dia 25. Havia sido desligada "devido a dois problemas técnicos sucessivos. Primeiro, houve falha no sistema de medição de pressão de vapor principal, já normalizado. Depois, uma falha na chave de abertura em carga - interruptor que conecta o gerador principal à rede elétrica nacional", informou o site da estatal, em nota de 24 de fevereiro, complementando que os técnicos da Eletrobrás Eletronuclear e da fabricante "inspecionaram este equipamento e identificaram a necessidade de reparo, o que já foi efetuado. Atualmente, estão em progresso os testes de operabilidade da chave, condição necessária para a usina ser religada ao SIN". A conexão foi feita às 9h17 do dia 25 de fevereiro.
No mesmo dia 22 de fevereiro, às 21h49, a usina Angra 1 foi "retirada manualmente" do SIN, devido "a uma falha no medidor de pressão do Envoltório de Contenção, edifício onde está o reator e os geradores de vapor". Por isso a unidade "foi desconectada preventivamente do sistema elétrico", sempre segundo o site da Eletronuclear, em notícia do dia 23 de fevereiro. Angra 1 voltou a gerar energia às 18 horas do dia 23 de fevereiro. Nota do dia 24 esclarecia que "após análise detalhada do evento realizada pelos técnicos da Eletrobrás Eletronuclear, verificou-se que o desligamento foi provocado, inicialmente, por oscilação de tensão nas linhas de transmissão externas à Central Nuclear que se estendeu ao sistema elétrico interno de Angra 1. Essa oscilação aiconou um cartão de controle lógico - um sequenciador que inicia operações de proteção -, o que levou o operador da sala de controle da unidade a preventivamente retirar Angra 1 do sistema elétrico". A informação de 24 de fevereiro concluía: "Os sistemas de controle e proteção foram verificados, o cartão de controle lógico acionado foi substituído, e a usina voltou à operação normal". (Todas informações estão no site da Eletronuclear na Internet : http://www.eletronuclear.gov.br/ )
Japão - A Eletronuclear foi rápida em relação ao terremoto no Japão, que afetou o seu sistema de energia nuclear. No mesmo dia 11 de março, sexta-feira, quando ocorreu o terremoto, seguido de tsunami, a estatal brasileira divulgou comunicado, observando que "o Japão está situado em uma região de alta sismicidade - causada pela proximidade da borda de placa tectônica, onde ocorrem cerca de 99% dos grandes terremotos". O Brasil, por outro lado, complementou o comunicado, "está em uma região de baixa sismicidade, em centro de placa tectônica".
O comunicado se refere ainda às eventuais dúvidas sobre se o projeto estrutural das usinas de Angra levaria em consideração a possível ocorrência de um abalo sísmico. "Mesmo estando numa região com probabilidade muito baixa de ocorrência de eventos sísmicos, o projeto das usinas de Angra, entre outros acidentes externos considerados, leva em conta o maior terremoto que poderia ocorrer no sítio. O prédio onde fica o reator nuclear tem barreiras de concreto e de aço dimensionadas para resistir a esses tipos de evento. Diversos sistemas garantem, de forma segura, o desligamento das usinas após qualquer abalo que atinja as especificações consideradas no seu projeto".
A Eletronuclear assinala também no comunicado, divulgado em seu site, que a Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto possui uma Estação Sismográfica operando desde 2002, sendo "equipada com aparelhos modernos que monitoram, identificam e analisam os eventos sísmicos locais e regionais". E comenta a possibilidade de tsunami atingir a costa brasileira: "A região Sudeste do litoral brasileiro está situada na placa tectônica Sul-Americana, que se afasta da placa tectônica Africana. Portanto, no Atlântico Sul, não existem as condições necessárias para gerar os tsunamis (maremoto)", lembrando que "um evento desta natureza (tsunami) é provocado na maioria das vezes em decorrência de um abalo sísmico de grande magnitude (superior a 7.0) no mar, em que o foco esteja pouco profundo e em regiões de borda de placas tectônicas que se movem uma em direção à outra, gerando ondas que podem alcançar grande amplitude nas regiões costeiras próximas".
É evidente que a tragédia no Japão representa mais um duro golpe na indústria nuclear mundial, justamente no momento em que o setor vem se empenhando para divulgar a energia nuclear como uma eventual alternativa energética, dentro do elenco de iniciativas direcionadas para combater o aquecimento global. No caso brasileiro, a catástrofe no Japão volta a alimentar o debate nuclear, no momento em que o governo está perto de divulgar os locais que poderiam receber novas usinas nucleares nos próximos anos. Será que o Brasil realmente necessita dessa fonte de energia? (Por José Pedro S.Martins)
(A questão nuclear, e especificamente o projeto de construção de Pequenas Centrais Nucleares, é tema de dois livros de autoria deste jornalista: "PCNs: Novo perigo nuclear" e "PCNs: a rota nuclear brasileira". Estudos secretos, que vinham sendo desenvolvidos por equipe da Unicamp, sobre a construção de PCNs no Brasil, foram divulgados em série de reportagens assinadas por este jornalista, publicadas a partir de 20 de setembro de 1992 no Correio Popular, de Campinas. Ver mais em MEUS LIVROS)

terça-feira, 8 de março de 2011

Castelo é campeã do Carnaval 2011 de Batatais

Por uma diferença de apenas 0,25 em relação à Unidos do Morro, a Castelo é a escola campeã do Carnaval 2011 de Batatais, chegando ao décimo oitavo título de sua história. O terceiro lugar ficou com a Acadêmicos do Samba. Apesar das chuvas, o Carnaval batataense voltou a atrair milhares de foliões de toda região.

Dia Internacional da Mulher 2011: região presta tributo ao universo feminino

Obras de Bassano Vaccarini, em Altinópolis:
tributo ao universo feminino

No Dia Internacional da Mulher de 2011, a região volta os olhares para os marcos que exibe como tributo ao universo feminino. Em Monte Santo de Minas, por exemplo, está localizada a Casa Sufragista, endereço onde o então governador mineiro, Antonio Carlos, assinou medida inserindo o voto feminino na Constituição Mineira, em 1934.
Mulheres mineiras foram fundamentais na conquista do voto feminino no Brasil. Uma das líderes foi Elvira Komel (1906-32), considerada a primeira advogada a militar em Belo Horizonte e que integrou comissão pró-voto feminino, formada logo após a Revolução de 1930. Entre outros, a comissão obteve o apoio do cardeal d.Sebastião Leme, uma das mais influentes lideranças da Igreja Católica na época, e do governador de Minas, Antonio Carlos. Elvira (cujo nome na realidade era Ernestina Carneiro Santiago) ainda liderou o Batalhão João Pessoa, durante a Revolução de 1932. Em 1931, foi uma das organizadoras do I Congresso Feminino Mineiro, ao lado de Nathércia Silveira. Na abertura do evento, Elvira afirmou: "O feminismo defendido pelo Congresso não é uma derivante do sufragismo odiento e agressivo que visa antes de tudo combater o homem", como registrou a imprensa na época.
Elvira Komel nasceu no bairro Capim Cheiroso, na localidade então pertencente à Paróquia de São João do Morro Grande, atual Barão de Cocais. A sua família tinha origem estoniana. O voto feminino foi conquistado no Brasil no dia 24 de fevereiro de 1932, quando editado o Código Eleitoral Provisório, embora apenas tivessem o direito mulheres casadas (com a devida permissão do marido), viúvas ou solteiras que comprovassem renda própria. O voto integral viria apenas com o Código Eleitoral de 1934.
Outro nome mineiro que se destaca na história do voto feminino é o de Virgínia Augusta de Andrade Lage, a itabirense que, aos 99 anos, se inscreveu na justiça eleitoral logo após o anúncio da conquista do direito. Outros nomes capitais nessa história foram os das paulistas Bertha Lutz (filha de Adolfo Lutz) e Adalgisa Bittencourt. A primeira eleitora do Brasil e da América do Sul foi a professora Celina Guimarães Vianna, do Rio Grande do Norte, primeiro estado a aprovar o voto feminino, em 1928, embora os votos das mulheres tenham sido anulados nas eleições naquele ano.
Monte Santo de Minas, onde está a Casa Sufragista, já teve uma prefeita, Sandra Aparecida Cecílio Silva. Itamogi também já teve uma prefeita, Maria Aparecida Gregório. O mesmo em São Sebastião do Paraíso, com Marilda Petrus Melles.
Em Altinópolis, por sua vez, estão as magníficas obras assinadas por Bassano Vaccarini, destacando a mulher em várias situações. As obras ficam no Jardim das Esculturas "Ulysses Guimarães".(Ver mais em GENTE)

sexta-feira, 4 de março de 2011

Carnaval 2011 de Batatais mantém a tradição da beleza

Na ponta da passarela, este o tema do Carnaval de 2011 de Batatais (SP), que mantém a tradição de beleza e originalidade. Com estas credenciais, se firmou nas últimas décadas como um dos melhores Carnavais de rua do interior do Brasil.
A festa começa neste sábado, dia 5, às 21 horas, com a entrega pelo prefeito José Luis Romagnoli das chaves da cidade para o Rei Momo e sua corte. Às 22 horas tem início o desfile no sambódromo "Carlos Henrique Cândido Alves", com a apresentação da escola de samba Riachuelo e, depois, da Unidos da Liberdade e Acadêmicos do Samba.
"Da pedra lascada à era informatizada" é o tema da Riachuelo em 2011, resgatando a trajetória da escrita através dos tempos. O tema da Unidos da Liberdade é "A Freguezia dos Batataes: nossa história", documentando a hsitória da cidade. E o tema da Acadêmicos do Samba é "A Vila oferece rosas, a majestosa Rosa que que faz a Vila Isabel", homenagem à carnavalesca Rosa Magalhães, uma das referências do Carnaval do Rio de Janeiro.
No domingo, dia 6, os desfiles começam às 21h30, primeiro com os blocos do Fantasma e Estação do Samba, seguidos das escolas Unidos do Morro e Castelo. A Unidos entrará no sambódromo com o tema "De orgulho e raça abasteci meu coração, sou brasileiro, sou Morro, acelerando a emoção". Uma exaltação á paixão do brasileiro pelo automobilismo, não faltando a homenagem a Ayrton Senna. A Castelo desfilará o tema "Castelo canta o conto... e aumenta um ponto". Um tributo à bela arte da contação de histórias.
Às 9 horas da manhã de segunda-feira, dia 7, começa a apuração dos vencedores. Às 21h30 de segunda começa o desfile do bloco campeão e das três escolas vencedoras. No dia 8, a partir das 17 horas, o Carnaval popular.
Com temas fortes, o Carnaval de Batatais mantém então sua aura. Desde a década de 1950, o Carnaval vem se firmando na cidade. Em 1954 a Sociedade Beneficente Recreativa Princesa Isabel fez um desfile histórico, no Largo da Matriz, atual praça Cônego Joaquim Alves. Este foi o endereço dos primeiros desfiles, mas com o crescimento exponencial, em particular a partir da década de 1970, os desfiles foram transferidos para a avenida Nove de Julho, já nos anos 1980.
Foi o momento do salto à frente, com a criação da União das Escolas de Samba Batataenses (UESB). A avenida Nove de Julho ficou pequena, e os desfiles foram novamente transferidos, para as avenidas 14 de Março e Moacyr Dias de Morais.
Em 2005, aconteceu o primeiro desfile no sambódromo "Carlos Henrique Cândido Alves", em anexo do Parque de Exposições "Antonio Carlos Prado Batista". Faz muito sentido, pois é nesse espaço onde é realizada a outra grande festa de Batatais, a Festa do Leite, em sua trigésima sétima edição em 2011.
Batatais é uma cidade que cultiva a arte e a beleza. Uma bela arquitetura, na região central, construída entre o final do século 19 e início do século 20, com a influência de italianos. Momento do auge do café, representado pelo fato de que o intendente de Batatais de 1897 a 1900, Washington Luiz, tornou-se governador de São Paulo (1920-24) e presidente da República (1926-1930).
A vocação artística de Batatais continuaria com as importantes obras de Cândido Portinari na matriz do Senhor Bom Jesus da Cana Verde. E também com a bela topiaria nos jardins da praça Cônego Joaquim Alves e em outros pontos da cidade, terra natal do editor José Olympio.

terça-feira, 1 de março de 2011

GOLPE CONTRA O CINEMA! CISNE NEGRO NÃO GANHOU!

Pois é, de novo a Academia preferiu a mesmice e não deu o Oscar 2011 de Melhor Filme para Cisne Negro, e nem o de melhor diretor para Darren Aronofsky. Menos mal pois Natalie Portman ganhou o de Melhor Atriz, e nem daria para ser diferente, né? (Ver artigo completo em DAS IDÉIAS)