sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Dr.Darcy, uma vocação para servir a comunidade em Itamogi

Dr.Darcy, serviço público e abertura
para a comunidade. (Foto Arquivo da Família)


Durante muito tempo Itamogi não teve hospital ou pronto-socorro. Em muitos casos, os primeiros atendimentos foram feitos por um dentista, o Dr.Darcy Fidélis Marques, que por 40 anos prestou serviços no seu consultório particular e na saúde pública. Uma vocação de serviço à comunidade.
Vocação indicada na data de nascimento: 7 de setembro. Foi em 1936, na Fazenda Marques, município de São Sebastião do Paraíso. Era filho de José Fidelis Marques e Izoldina Emídia Marques. Foi o terceiro de seis filhos.
O interesse pela educação manifestou-se cedo. Em São Sebastião do Paraíso ele fez os primeiros estudos, até o ginasial, antes de se transferir para Belo Horizonte, onde cursou o científico, como era conhecido o atual ensino médio (antes, colegial).
Em 1959 mudou-se para Uberaba e, lá, dois fatos que mudaram a sua vida para sempre. Fez o curso de Odontologia, formando-se em três anos como ocorria na época. E foi em Uberaba que conheceu a sua futura esposa, Ieda. Ela, filha do casal Ludovico Teixeira Rosa e Filonila de Almeida Ferreira, donos do hotel onde Darcy ficou hospedado. O destino, a história, ou Deus, traçando os seus caminhos.
De volta à terra de origem, o Dr.Darcy fixou-se em Itamogi, onde montou consultório e logo ingressou no serviço público. O consultório era no local onde, hoje, funciona a lanchonete do Claudinei, centro da cidade.
Deu aulas de inglês e ciências no Ginásio Estadual de Itamogi e no Grupo Escolar Minas Gerais prestou longos serviços como dentista. Mas não só como dentista, pois ele trocava lâmpadas, arrumava mesas e carteiras e por aí vai.
Foram quatro décadas e, nesse período, atuação em vários setores. Adorava preparar um frango com quiabo, a comida preferida de muitos mineiros, e com a esposa Ieda Teixeira Marques e o casal Emir e Nabirra Elias, entre outros, ajudou a organizar muitos e animados bailes, na Sociedade Recreativa de Itamogi.
Não era fanático por futebol, mas foi juiz em muitas partidas do São Cristóvão. Em uma delas, teve que sair de campo protegido por escolta policial. Pudera, apitou um pênalti contra o time do coração dos itamogienses...
A educação, sempre a educação. Dr.Darcy gostava de ler muito e, atento às coisas de Minas e do Brasil, todo dia estava com o "Estadão" nas mãos. Muitas vezes, o jornal tinha uma de suas páginas rasgadas. Era a página em que era estampada uma partida de xadrez que este articulista, apaixonado pelo jogo, retirava para estudar. O Dr.Darcy fazia de conta que não via a página avariada.
Dr.Darcy e Dona Ieda tiveram dois filhos, Eduardo, cirurgião dentista como o pai, e Débora, farmacêutica bioquímica. "O que ficou do meu pai é a honestidade, a integridade, que busco passar para minhas filhas", diz Eduardo, pai de Marina e Ana Elisa, com sua esposa Silvia. Débora e Fernando deram o neto Vinícius para o Dr.Darcy, inesquecível com seu jaleco azul de dentista. Faleceu aos 65 anos, a 9 de janeiro de 2002, pouco depois, portanto, das Congadas e da Festa de Reis, duas marcas de Itamogi e que ele, como todos conterrâneos, amava tanto. Muita saudade e respeito de todos os que o conheceram. (José Pedro Martins)

Zeca Lopes, o construtor de sonhos de Batatais

Zeca Lopes, sempre elegante, com a camisa do clube que o projetou.
(Foto Arquivo Família Lopes)



Folha de folder distribuído por ocasião do centenário do atleta.


Convite para a inauguração em homenagem ao
construtor de sonhos de Batatais.


2010 é o ano do centenário do Corinthians, um dos clubes mais populares do Brasil. Mas também é o centenário de nascimento de um jogador que teve seu nome ligado para sempre ao Timão porque foi o primeiro do clube (ao lado de Jaú e Brandão) a ser convocado para a Seleção Brasileira, no caso a que disputou a Copa do Mundo de 1938. É José dos Santos Lopes, o Zeca Lopes, para o qual a sua família e sua cidade natal, Batatais, prepararam uma grande festa, prevista para o dia 7 de novembro.
Zeca Lopes foi o terceiro de de oito filhos de Arthur Lopes de Oliveira e Luiza Ferreira Borges. Nasceu a 1 de novembro de 1910, mas apenas a 25 de fevereiro aconteceu o registro. O jogador nasceu, então, pouco depois da fundação do Coringão, em 1 de setembro. E o destino de ambos estaria ligado de forma total.
Os fundadores do Corinthians eram todos trabalhadores: o cocheiro Anselmo Correa, o trabalhador braçal Carlos Silva, o sapateiro Rafael Perrone e os pintores de parede Joaquim Ambrósio e Antonio Pereira. Moravam no Bom Retiro e prestavam serviços para a Companhia de Estrada de Ferro São Paulo Railway - a ferrovia, portanto, na origem do Corinthians, assim como de tantos clubes, sobretudo no interior de São Paulo.
Pois Zeca Lopes também tinha o mesmo perfil. Começou sua vida profissional logo cedo, aos 9 anos, como ajudante de pedreiro, e desde então não deixou de ser isso: um construtor de sonhos. Sonhos que ele abraçava e tornava realidade com as mãos - construiu sua primeira casa, aos 15 anos, com madeira que retirava nas cercanias de Batatais - e com os pés habilidosos - desde cedo se destacava nas partidas com os amiguinhos.
A pobreza da família foi um elemento motivador. Zeca procurava se esmerar até nos jogos de malha para, ganhando um dinheirinho, ajudar nas despesas da família numerosa. E como tantos brasileiros vislumbrava no futebol uma oportunidade de melhoria nas condições de vida, e abraçou com força essa alternativa. Trabalhava duro, construindo casas, e voltava correndo para treinar. O futebol estava no sangue da família. Ele morava bem perto do maior campo de Batatais. O seu primeiro calçado foi uma chuteira de futebol. Antes, só descalço. A pobreza era tanta que, quando fez a primeira comunhão, Zeca e outros colegas tiveram que esperar um "segundo tempo". Uma turma de colegas de mais "posses" fez a primeira comunhão em um dia e, em outro, emprestou roupas para aqueles com recursos menores. Zeca estava entre eles.
Ainda amador, jogou em várias cidades da região de Ribeirão Preto, no Triângulo Mineiro e outras cidades de Minas. Em uma partida, no Sul de Minas, enfrentou nada menos que João Ramos do Nascimento, o Dondinho. Sim, ele mesmo, pai do Rei Pelé.
O Batataes Foot Ball Club foi o primeiro clube de Zeca Lopes, de onde saiu para o Comercial de Ribeirão Preto. Mas rapidinho saiu de lá para o Corinthians, onde se destacou com o apelido "O Tanque". A explicação: ninguém parava o jogador, quando saía em disparada pela ponta direita. A ida para o Corinthians foi literalmente abençoada, pela intermediação de um futebolista apaixonado, o Cônego Barros, que teria financiado até seu primeiro terno para se apresentar na capital...
Na época muito retraído, Zeca não se acostumou nas instalações reservadas pelo Corinthians para os atletas solteiros. O clube acabou alugando um quarto, em casa de uma senhora de idade, para que ele pudesse se sentir mais confortável. A aposta do clube deu certo. Ele se destacou logo no primeiro treino e foi escalado para a partida do domingo seguinte.
Zeca Lopes, ou Lopes, participou do terceiro tri do campeonato paulista do Timão, entre 1937 e 1939, sendo novamente campeão em 1941. O mundo já enfrentava os horrores da Segunda Grande Guerra e Lopes também teve de superar uma grande batalha: em 1941 deixava o futebol profissional, após ter-se machucado em uma partida beneficente em uma fazenda na região de Batatais.
Antes, o brilho na Seleção de 1938, que para muitos seria a vencedora da Copa do Mundo na França, não fossem, dizem alguns historiadores, vários conflitos internos. Era uma seleção muito acima da média, contando com gênios como Domingos da Guia, Zezé Procópio, Tim e, especialmente, Leônidas da Silva, o Diamante Negro. No gol, outro batataense, Algisto Lorenzato, o Batatais. O técnico era Ademar Pimenta.
Leônidas era a grande esperança e, enquanto jogou, não fez feio. Pelo contrário. Na primeira partida, contra a Polônia, fez três gols (um deles descalço!), em um dos mais disputados jogos da história dos mundiais. O Brasil ganhou por 6 a 5, depois de 4 a 4 no tempo normal. Bons tempos aqueles...
Mas o "Diamante Negro" se machucou na segunda partida contra a Tchecoslovaquia (o Brasil empatou o primeiro e ganhou o segundo jogo, de desempate, contra essa equipe do Leste Europeu) e apenas voltou no final do torneio. Sem o "pai da bicicleta" e inspirador do famoso chocolate batizado com seu apelido (o "Diamante Negro" tentou se recuperar mergulhado em uma banheira com água salgada), o Brasil perdeu a semifinal para a Itália, por 1x2, mas ganhou a disputa do terceiro lugar com a Suécia: 4 a 2, com dois de Leônidas, que terminou a competição com sete gols em quatro partidas disputadas e o merecido título de melhor jogador da Copa.
O destaque na Copa da França levou Zeca Lopes a uma nova convocação para a Seleção, para disputar a Copa Roca. No Corinthians, continuou a se destacar, até o encerramento precoce da carreira em 1941. Mas ele não se abateu, pois mesmo jogador continuava firme com sua segunda vocação, a de construtor.
Ele continuava construindo casas em Batatais, tendo sido o pioneiro de bairros como a Vila Cruzeiro e o Riachuelo. Neste, ergueu aquele que foi chamado de "prédio do Zeca Lopes", onde morou. Em uma gleba que adquiriu posteriormente, construiu casas que vendia a preços baixos. O local se transformou na Jardim Santa Luiza, um tributo a sua mãe, embora o bairro tenha sido popularmente batizado de Vila Lopes.
"Ele estava atento a tudo, não desperdiçava nada, como a minha mãe contava. Até prego que achava no chão ele utilizava nas construções. Uma vez, ao construir uma casa, ele pegou o armário de sua casa para reutilizar como janela", lembra Benedita, a filha mais velha de Zeca e Helena, de família de origem italiana.
O casal teve quatro filhos: Benedita, Arthur, Rosa Helena e José. A elegância foi uma das marcas de Zeca Lopes, que sempre estava de terno e chapéu. Ele faleceu em 28 de agosto de 1996, aos 85 anos.
"Meu pai nos ensinava acima de tudo a não ter preconceito, a não julgar ninguém", resume Benedita, dizendo que, como seus irmãos e demais familiares, sente enorme orgulho pelos pais que tiveram, Zeca e Helena, um completando o outro, juntos na solidariedade. "E ele era muito persistente, não desistia nunca dos seus sonhos", completa Benedita. Uma enorme lição de vida.
A lembrança do centenário de nascimento desse construtor de sonhos será dia 7 de novembro, a partir das 9h30, com a inauguração de monumento em sua homenagem, na praça do campo de futebol do Jardim Santa Luiza (Vila Lopes). Monumento encomendado pela família e assinado pelo artista plástico Luiz Xavier dos Santos. Uma bela e significativa homenagem a quem construiu tanto em vida. (Por José Pedro S.Martins)

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Conhecimento de cultura afro é quesito no III Concurso Beleza Negra Paraisense

O conhecimento da história e cultura afro é um dos quesitos que estarão em julgamento no III Concurso Beleza Negra Paraisense, que será realizado dia 14 de novembro, a partir das 19 horas, no Teatro Municipal "Sebastião Furlan", em São Sebastião do Paraíso. O Estatuto da Igualdade Racial, a Lei Federal 10.639 (que prevê a inclusão da história e cultura afro-brasileira no currículo escolar), questões históricas relevantes como tráfico de escravos, a luta dos quilombos, abolição da escravatura, personalidades negras (como Abdias do Nascimento, Benedita da Silva, Edson Arantes do Nascimento e Zumbi dos Palmares, entre outros) e aspectos da religiosidade e cultura afro são ítens associados ao quesito em julgamento no Concurso que está mobilizando São Sebastião do Paraíso.
As inscrições para o III Concurso Beleza Negra Paraisense podem ser feitas até 5 de novembro, na Prefeitura de Paraíso. Outros quesitos em julgamento são simpatia, beleza, traje e cabelo afro. A Categoria Infantil considera a faixa etária de 7 a 14 anos. A Categoria Adulto, acima de 15 anos. Também haverá um prêmio para Melhor Cabelo Afro e para o salão ou profissional cabeleireiro.
Em novembro é comemorado o Mês da Consciência Negra. A 20 de novembro de 1695 foi morto Zumbi, líder do quilombo de Palmares. O III Concurso Beleza Negra Paraisense integra a IV Semana de Estudos da Consciência Negra de São Sebastião do Paraíso, entre 13 e 21 de novembro.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Região dos Amarais, em Campinas, dá exemplo de união pela educação

Educação no trânsito começa desde cedo. Uma das atividades na EE 31 de Março no domingo, 24 (Fotos José Pedro Martins)


Mensagens distribuídas durante o XII Abraço Educativo
Região Amarais: pela vida.

Algodão-doce, precisa dizer mais? O sabor da educação.

Roda de capoeira, a alma brasileira que ginga,
atração no XII Abraço Educativo Amarais

Roda de capoeira encantando e expondo a alma brasileira, coral da Terceira Idade do Centro de Saúde da Família da região, oficina de circo, apresentações musicais e culturais diversas, Comissão de Direitos Humanos da OAB-Campinas divulgando os direitos do cidadão, alunos de enfermagem da Unicamp falando sobre saúde, corte de cabelo gratuito, garotada se divertindo com pula-pula, algodão doce e pintura de rosto, comes e bebes e artesanato em geral. E mais, muito mais.
A manhã nublada de domingo, 24 de outubro de 2010, foi cheia de vida na Escola Estadual 31 de Março, no Jardim Santa Mônica. Foi a XII edição do Abraço Educativo da Região Amarais, evento que simboliza o grande esforço que essa comunidade de tantos desafios sociais vem fazendo para promover a causa mais bela, a causa da educação. Um exemplo de como a mobilização social vem avançando na Região Metropolitana de Campinas (RMC) nos últimos anos.
O Abraço Região Amarais nasceu de uma ação em 1999 em parceria entre a EE 31 de Março e a União Cristã Feminina, sua vizinha. "Duas organizações, um só desafio: estimular moradores, instituições e serviços, existentes na comunidade, a vivenciarem o processo, de elaboração e execução, de ações coletivas rompendo o paradigma da solidão institucional e vislumbrando um futuro trabalho em rede", explica Elaine Renata Alves do Carmo, coordenadora da União Cristã Feminina.
Neste período, o Abraço mobilizou a Região Amarais com temas anuais como "Criatividade", "Abrace nosso bairro" e "Conservação do meio ambiente, preservação da vida". Desde 2008 o Abraço foi fortalecido em função da participação da EE 31 de Março, UCF e várias outras organizações da região no Projeto Além das Letras, ligado ao Programa pela Educação em Tempo Integral, do Fundo Juntos pela Educação.
O propósito do Programa é estimular a formação de redes locais de ensino aprendizagem, de modo que as crianças e adolescentes de regiões de vulnerabilidade social possam ter educação o tempo todo. Um período na escola, o outro em uma ONG, uma praça fazendo esporte ou outra atividade semelhante. O Programa completa quatro anos e meio e propiciou a articulação de redes locais de educação em Campinas (além dos Amarais, distrito de Sousas, região do Castelo Branco, Satélite Íris I e região Campo Belo) e três municípios da Paraíba (João Pessoa, Lucena e Santa Rita). O Fundo Juntos pela Educação é composto por Instituto Arcor Brasil, Instituto C&A e VITAE. O Programa pela Educação em Tempo Integral teve apoio técnico da Fundação FEAC, de Campinas.
O Abraço da Região Amarais se transformou, então, na Rede Abraço Amarais, que logo terá seu site na Internet. Também integram a Rede a EE Prof.Castinauta de Barros Mello e Albuquerque, Grupo Primavera, Associação Beneficente Direito de Ser, CRAS Espaço Esperança, Movimento Assistencial Espírita Maria Rosa e Associação Beneficente Campineira, entre outras organizações.
A Região dos Amarais tem uma rica história social em Campinas. Foi lá que aconteceu o Combate da Venda Grande, durante a Revolução Liberal de 1842. No século 20, a Região, que já tinha um aeroporto importante, passou a receber alguns dos centros de pesquisa e tecnologia de Campinas. Mas os desafios sociais permanecem, e iniciativas como o Abraço Educativo Região Amarais, agora Rede Abraço Amarais, apontam para novos horizontes.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Estudo mostra mudanças no perfil da economia de São Sebastião do Paraíso e região

O Plano de Desenvolvimento Regional (PDR) da Região do Médio Rio Grande mostra que o perfil da economia na região de São Sebastião do Paraíso passa por mudanças significativas. O estudo, preparado pela Fundação de Ensino Superior de Passos, mostra que a Região do Médio Rio Grande aumentou sua presença no PIB do estado de Minas Gerais, entre 2002 e 2006, de 2 para 2,5%.
Nesse período, Passos e São Sebastião do Paraíso diminuíram seu peso no conjunto da economia do Médio Rio Grande. Passos declinou sua participação no PIB regional de 24,1% para 20% e Paraíso de 17,1% para 15%. Parece haver, então, uma tendência de desconcentração das atividades econômicas. Os principais incrementos de participação foram de São José da Barra (de 5,8% para 10,2% do PIB regional) e São João Batista do Glória (de 6,1% para 10,1%). Ibirici aumentou sua participação no Produto Interno Bruto regional de 8,4% para 10,9%.
De acordo com o PDR da Região do Médio Rio Grande, café, milho e, de forma crescente, cana, somam 90% da área plantada nos 17 municípios. O produto mais tradicional da região, café, declinou a produção de 136 mil toneladas em 2000 para quase 100 mil em 2006 e 58 mil em 2007, com o patamar mais baixo em 2003, com 43 mil toneladas.
Por outro lado, a área plantada com milho cresceu de 45,8 mil hectares para 58 mil hectares entre 2000 e 2007. E a área plantada com cana avançou de 16,5 mil hectares para 19,6 mil hectares no período. Aumentos substanciais nas áreas plantadas com cana em Delfinópolis (1.800 para 4.340 hectares) e São Sebastião do Paraíso (400 para 2000 hectares).
O estímulo ao turismo regional é uma das alternativas econômicas promissoras, de acordo com o PDR. O entorno da represa de Furnas, o Circuito das Montanhas Cafeeiras e as festas como de Congadas são áreas que merecem maior investimento. O Plano também estipula o incremento dos Arranjos Produtivos Locais, de modo a agregar mais valor e aumentar a produtividade e geração de renda dos produtores locais, nas áreas de café, leite, cana, milho, mas também de fruticultura, psicultura, couros e têxteis, movelaria, mineração e material hospitalar.
A Região do Médio Rio Grande é composta pelos municípios de Capetinga, Capitólio, Carmo do Rio Claro, Cássia, Claraval, Delfinópolis, Fortaleza de Minas, Guapé, Ibiraci, Itaú de Minas, Passos, Piunhi, Pratápolis, São João Batista do Glória, São José da Barra, São Sebastião do Paraíso e São Tomás do Aquino.

Região de Paraíso, no Médio Rio Grande, terá 360 mil habitantes em 2020 e vida mais urbana

A Região do Médio Rio Grande, composta por São Sebastião do Paraíso e outros 16 municípios, terá quase 360 mil habitantes (exatos 357.547, na previsão) em 2020. A estimativa está contida no Plano de Desenvolvimento Regional (PDR) da Região do Médio Rio Grande, trabalho executado pela Fundação de Ensino Superior de Passos (FESP), contratada pelo Consórcio Intermunicipal do Médio Rio Grande - CIMEG. O Consórcio foi constituído a partir da iniciativa do governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional e Política Urbana (SEDRU), de apoiar a Associação dos Municípios do Médio Rio Grande.
Os dados populacionais do PDR da Região do Médio Rio Grande, assim como de todas regiões do Brasil, obviamente serão modificados, inclusive em suas estimativas, em função dos resultados do Censo 2010. Entretanto, as projeções incluídas no PDR (de 2009) produzido pela Fundação de Ensino Superior de Passos são um ótimo indicador das tendências verificadas em toda a região do Sudoeste de Minas Gerais.
A previsão de 357.547 moradores em 2020, contra 343.104 em 2008, considerou um crescimento da média anual da população na região de 0,53%, abaixo da média estadual, de 1,07%, verificadas no período 2000-2007. A população na região cresce, portanto, muito menos do que outras áreas de Minas Gerais. Em 1970 a população na região do Médio Rio Grande era de 205.793 moradores.
Outra tendência muito importante comprovada pelo estudo da Fundação de Ensino Superior de Passos é a da urbanização cada vez maior na região. Em 1970, 57% dos moradores da região viviam na zona urbana, e em 2000 já eram 83% dos habitantes vivendo na zona urbana, e somente 17% na zona rural. Em alguns municípios a mudança foi ainda mais drástica. Em São Tomás do Aquino, 37% apenas dos moradores viviam na zona urbana em 1970, e em 2000 já eram 74% vivendo na zona urbana. Em 2000, o maior índice de urbanização era o de Itaú de Minas (97% morando na zona urbana) e o menor em Guapé (46% na zona urbana).
A Região do Médio Rio Grande é composta pelos municípios de Capetinga, Capitólio, Carmo do Rio Claro, Cássia, Claraval, Delfinópolis, Fortaleza de Minas, Guapé, Ibiraci, Itaú de Minas, Passos, Piunhi, Pratápolis, São João Batista do Glória, São José da Barra, São Sebastião do Paraíso e Santo Tomás do Aquino.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

HISTÓRIA EM FOCO EM SANTA BÁRBARA D´OESTE

Estação ferroviária de Santa Bárbara D´Oeste foi restaurada pela Fundação Romi, que transformou o local em centro cultural, com dinâmica programação. A cidade valoriza e protege a sua história. (Ver mais em DOS OLHARES)

Escolas de Minas Gerais com mais prazo para participar de concurso

A Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude de Minas Gerais (Seej) prorrogou para o dia 16 de novembro a entrega dos materiais, por alunos de escolas públicas e particulares de todo Estado, relacionados ao décimo terceiro Concurso de Redação, Frases e Desenhos - Viva Feliz Sem Drogas, iniciativa em parceria com Secretaria de Estado da Educação e Comando Geral da Polícia Militar de Minas Gerais.

Ver mais em:

http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticias/esportes-e-juventude/32721-prorrogado-prazo-para-participar-do-concurso-de-redacao-frases-e-desenhos-prorrogado-prazo-para-participar-do-concurso-de-redacao-frases-e-desenhos

Fonte: Agência Minas, 20/10/2010

Composições de filho de Paraíso continuam brilhando

Composições de Calimerio Soares, músico clássico nascido em São Sebastião do Paraíso, estão sendo executadas em vários pontos do Brasil. Somente em outubro são três oportunidades em que sua música "Frevo", composta para piano a quatro mãos, é executada. Nesta quinta-feira, 21 de outubro, a obra será apresentada no Conservatório Estadual de Música Haidée Americano, em Juiz de Fora (MG), pelo duo Sandra Almeida & Cristina Guimarães.
No dia 4 de outubro, "Frevo" foi ouvida no auditório da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte, em apresentação do duo Celina Szrvinsk & Miguel Rosselini. E ontem, 20 de outubro, a obra foi executada no Conservatório Brasileiro de Música, no Rio de Janeiro, de novo com Sandra Almeida & Cristina Guimarães.
"Frevo" fez sua estréia mundial no último dia 17 de setembro, na Sala Thomas Jefferson, em Brasília, em concerto do duo Celina Szrvinsk & Miguel Rosselini. Calimerio Soares lecionou durante muitos anos no Departamento de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), onde se aposentou. Suas composições são apresentadas regularmente em todo Brasil e outros países. (Ver mais na coluna GENTE do blog BELA REGIÃO)

Fundo oferece R$ 30 milhões para projetos na área de recursos hídricos em Minas Gerais

Os interessados em apresentar novos projetos, para o exercício de 2011, no âmbito do Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais (Fhidro) já podem protocolar suas propostas para análise junto ao Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam). Ver mais em:

http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticias/meio-ambiente/32708-fundo-oferece-r-30-milhoes-para-projetos-na-area-de-recursos-hidricos-fundo-oferece-r-30-milhoes-para-projetos-na-area-de-recursos-hidricos

Fonte: Agência Minas, 19/10/2010

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Congadas e moçambique, patrimônio imaterial em Paraíso: decisão histórica

A decisão de tornar as Congadas e o Moçambique como Patrimônio Cultural Imaterial de São Sebastião do Paraíso pode ser classificada de histórica, abrindo perspectivas para um fortalecimento ainda maior dessas manifestações culturais em toda a região. A deliberação é do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural, e foi tomada no início de outubro.
O conceito de patrimônio cultural imaterial vem sendo defendido desde 1989 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). A idéia foi uma evolução da Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, de 1972.
Por essa Convenção, conjuntos arquitetônicos históricos, merecedores de proteção especial, têm recebido o título de Patrimônio Cultural da Humanidade. Casos de Ouro Preto e Brasília, entre outros, no Brasil. Do mesmo modo, locais naturais de grande relevância ecológica também têm merecido o título de Patrimônio Natural da Humanidade, como o Parque Nacional do Iguaçu (abrangendo Cataratas do Iguaçu) e parte do Pantanal.
Pois a Unesco, desde a década de 1980, também vem discutindo a idéia de considerar importantes manifestações culturais como patrimônio imaterial. Uma forma de estimular a sua proteção e preservação para as gerações futuras.
Em 1989 a Unesco publicou a Recomendação para a Salvaguarda da Cultura Tradicional e do Folclore. Foi o ponto de partida oficial para a discussão sobre o patrimônio cultural imaterial. Em 2003 a Unesco promoveu a edição da Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial.
Por esta Convenção, patrimônio cultural imaterial seria o conjunto de "práticas, representações, expressões, conhecimentos e aptidões - bem como os instrumentos, objetos, artefatos e espaços culturais que lhe estão associados - que as comunidades, os grupos e, sendo o caso, os indivíduos reconheçam como fazendo parte integrante do seu patrimônio cultural".
Em função dessa definição, seriam então considerados típicos de patrimônio cultural imaterial "tradições e expressões orais, incluindo a língua como vetor do patrimônio cultural imaterial; artes do espetáculo; práticas sociais, rituais e eventos festivos; conhecimentos e práticas relacionados com a natureza e o universo; e aptidões ligadas ao artesanato tradicional".
Após a publicação dessa Convenção da Unesco, foram multiplicadas as iniciativas de proteção do patrimônio cultural imaterial em todo planeta, e no Brasil não tem sido diferente. Ora, as Congadas e o Moçambique, e também as Folias de Reis, são algumas das mais importantes expressões da cultura afrodescendente no Brasil. E na região, essas manifestações são particularmente fortes em São Sebastião do Paraíso, Itamogi e Santo Antônio da Alegria.
Essa decisão de São Sebastião do Paraíso pode ser, assim, o ponto de partida para um grande movimento de fortalecimento, valorização e proteção ainda maior das Congadas e Moçambique na região. E desde já o BELA REGIÃO lança a campanha por tornar as Congadas e Moçambique, e também as Folias de Reis, da região como Patrimônio Cultural Imaterial Estadual, nos casos de Minas Gerais e São Paulo. Congadas e Moçambique são a vida da região, pulsando no coração de cada um de seus moradores e daqueles que nela nasceram. (Por José Pedro S.Martins)

Estão abertas inscrições para Virada e Circuito Cultural Paulista 2011

A Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo abriu inscrições para recebimento de propostas de espetáculos de teatro, música, dança, circo e outras modalidades artísticas, dos artistas e grupos que desejam participar do Circuito Cultural Paulista 2011 e da Virada Cultural Paulista 2011. Ler mais em:

http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia.php?id=212344&q=Estão+abertas+inscrições+para+Virada+e+Circuito+Cultural+Paulista+2011

(Fonte: SP Notícias, da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo)

Fundação Helena Antipoff abre inscrições para o vestibular 2011

Belo Horizonte (18/10/2010) - As inscrições para o primeiro vestibular de 2011 da Fundação Helena Antipoff (FHA) estão abertas e podem ser realizadas até o dia 18 de novembro pelo site http://www.fha.mg.gov.br/ . Ver mais em:


http://www.agenciaminas.mg.gov.br/noticias/ciencia-e-tecnologia/32692-fundacao-helena-antipoff-abre-inscricoes-para-o-vestibular-2011-fundacao-helena-antipoff-abre-inscricoes-para-o-vestibular-2011

(Fonte: Agência Minas, 18/10/2010)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Minhas doces professoras mineiras

Escola Estadual Minas Gerais, Grupo no meu tempo. Lugar de sonhos.


Doçura. Não encontro outra palavra para resumir o que sinto por minhas professorinhas mineiras, aquelas que primeiro encontrei em Itamogi. A descoberta do mundo, a superação das fronteiras de nossa casa, o primeiro diálogo com o outro, o desconhecido que encanta e pode assustar. Essa é a história de nosso contato com a nossa primeira escola, ou pelo menos foi assim para mim, na pequena cidade do Sudoeste de Minas, década de 1960. A todas elas, onde estiverem, felicíssimo 15 de outubro, Dia do Professor!
Primeiro foi a dona Lurdinha Cardoso, no pré-primário, em uma casa antiga que ela transformou em castelo de sonhos. Os primeiros amiguinhos, o soninho depois do almoço, os contatos inaugurais com as letras, os números. A chave para o desenvolvimento integral.
Depois de quatro décadas, só agora vejo que a educação básica, antes chamada de pré ou de jardim da infância, vem recebendo devida atenção dos poderes públicos. Mas quanto tempo perdido! O Brasil seria outro hoje se nessas quatro décadas a educação infantil tivesse tido outro tratamento.
Mas vejo com esperança hoje ensaios importantes, como o que vem sendo feito em Campinas, com o projeto Nave Mãe e a Pedagogia dos Sentidos, liderado pelo prefeito dr.Hélio de Oliveira Santos. Essa nova Pedagogia estimula os sentidos como primeiro portal do conhecimento. E a Nave Mãe é o espaço onde a Pedagogia dos Sentidos é aplicada, e onde os pequenos podem ter contato perene com as mães, que participam de cursos ali oferecidos. O contato com a mãe, com a família, fundamental no processo educativo.
Grupo Minas Gerais - Depois do pré-primário, o Grupo Escolar Minas Gerais, atual Escola Estadual Itamogi. E a dona Laís do Nascimento, a primeira professorinha, quando a alfabetização chegava com as suas infinitas possibilidades. O Grupo Minas Gerais era outro lugar mágico - fantasia que se completava com a praça em frente, naquela época vazia, onde simplesmente eram montados os circos que se apresentavam em Itamogi! O que é mais prazeroso do que frequentar um grupo escolar no interior de Minas na década de 1960? É frequentar um grupo em frente à praça onde está o circo!
Assim era o Minas Gerais naqueles anos. A deliciosa aveia servida de lanche, as quadrilhas nas Festas Juninas, o Hino Nacional cantado com vigor e paixão no pátio, os bailes de vez em quando aos sábados à noite. Os primeiros bailes!
A Dona Nabirra Elias, a Dona Gelcira, a Dona Arísia, a Dona Yolanda, e as minhas tias Aparecida e Lourdes que me deram aulas, com muito orgulho! E a mamãe Maria das Dores, a Dora para todos, professora substituta naquela época, de vez em quando me dando aulas, também. Como esquecer!
Os dedos com o branco-pureza do giz, a dificuldade enorme (pela timidez insuperável) em ir no quadro negro ou declamar uma poesia lá na frente de todos, a maravilha de tirar dez em todas as disciplinas em um determinado mês, junto com o meu colega de carteira, o Leonardo. Lembranças impagáveis, imagens de encantamento e de agradecimento pelo que as professorinhas fizeram.
Ginásio ainda em Itamogi - Depois, o Ginásio, dirigido pelo Francisco Guerra, sempre impecável, sempre um gentlemen. E o Tista (desculpe chamá-lo assim, João Batista, durante muito tempo um brilhante secretário municipal de Educação) Guerra e suas reveladoras aulas de Matemática (na prática, descobrimos que não era tão difícil assim), a sua irmã Lurdes e suas deliciosas aulas de Geografia, e a Dona Nabirra ensinando como ler um livro, e o padre Nelson com seu ensino religioso muito crítico já naquela época, e a Dorotéia nos introduzindo no mundo do inglês, e o Airton com suas aulas de educação física (como eu sofria fazendo ginástica!). E tantos outros.
E os colegas, João Marques, o Daniel, o Melchiades Cardeal, e claro o Leonardo Lima, e minhas primas Cidinha e Beti, e a Ilza, Darci, Solange e tantas outras. A vida correndo deliciosa, o Ginásio também ao lado de uma praça de sonhos, onde em janeiro a Festa de São Sebastião era uma das delícias mais esperadas. E melhor ainda: o Ginásio perto do campo de futebol, a primeira imersão no futebol que é mais do que esporte para nós brasileiros. O Ginásio, um passo à frente, novos professores de enorme dedicação.
Colegial em Monte Santo - Depois, a primeira saída de Itamogi, o colegial no Américo de Paiva, em Monte Santo de Minas. Meados da década de 1970, outro momento do país e de nossa vida. A descoberta do rock (e até do surf!, nós que não temos praia e eu que nunca soube nadar), as fugas do colégio para jogar pebolim ou simplesmente ler Khalil Gibran em uma praça ali perto.
E os novos amigos de Monte Santo, o Dado, o Mário Antonio, o Alan, o Charles, a Bianca e tantas outras. E, claro, os professores maravilhosos de Monte Santo. O Ademar, o Romeu, tantos que eu já esqueci o nome (que absurdo!). O Jairo Palaccini, outro gentlemen, como diretor.
O colegial, momento de definição, ou de aumentar ainda mais a indefinição, sobre que rumos tomar. Para mim foi fácil, o jornalismo já vinha de me chamando, eu que adorava os livros, que meus professores e professoras me ajudaram a amar ainda mais. Que plataforma eu e minha turma tivemos, que preparação para a vida.
E hoje? - A escola pública brasileira foi vítima de um dos maiores crimes cometidos nas últimas décadas no nosso país. O crime do descaso, da culpabilização, e sobretudo do desrespeito cada vez maior da sociedade com os professores, com essas queridas professorinhas que nós tivemos. O outro crime absurdo, acabar com as ferrovias - que agora estão tentando retomar, mas como demorou!
Agora dizem que a escola pública é isso e aquilo. Nos últimos anos, em função de meu trabalho, venho tendo a oportunidade de conhecer muitas escolas públicas, em vários pontos do Brasil e na Argentina. Sim, as escolas públicas passam por uma grande crise, mas qual escola não passa? A escola como ainda está estruturada hoje não responde a todos imensos desafios da sociedade cada vez mais complexa que vivemos. Uma sociedade que é global e local ao mesmo tempo. São infinitas fontes de informação a que temos acesso, desde o momento em que acordamos. Como a escola vai responder a isso?
Pois garanto que muitas já estão respondendo, e como fruto geralmente daquela professora ou daquele professor mais apaixonado, abnegado - eles continuam existindo, graças a Deus. Conheci professores no interior de Pernambuco que começaram a carreira ensinando os próprios irmãos a escrever na parede, conheci professoras em Contagem, perto de Belo Horizonte, promovendo o resgate da identidade cultural de nosso povo mestiço com muita dignidade, conheci uma escola na periferia mais vulnerável socialmente de Campinas que simplesmente sonhou e conseguiu ter uma lousa digital - todos nós temos direito ao mundo tecnológico de hoje, não? E o mesmo na Argentina - em pleno deserto, conheci uma escola que tinha cinco, isso mesmo, cinco alunos, e todos estavam me esperando com um beijo na porta, os olhos brilhantes de esperança.
Enfim, muita gente fazendo muito esforço, muita coisa bonita com os recursos que têm à disposição. Mas todos sonhando e acreditando no sonho da educação. A educação que liberta, transforma e humaniza. A educação que nos torna absolutamente felizes. (Por José Pedro S.Martins)




quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Minas Gerais cada vez mais globalizada

Minas Gerais é um estado em crescente processo de globalização. Isto ficou claro com a última pesquisa da Central Exportaminas, vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais. A versão de setembro do Mapeamento das Exportações de Minas Gerais mostrou que o Estado tem 16 novos municípios como membros do elenco de exportadores. Em setembro foram 239 municípios mineiros exportando produtos para vários países.
No total são 2.610 produtos exportados por Minas Gerais. Itabira, a famosa terra de Carlos Drummond de Andrade, continua na liderança do ranking de exportação por municípios mineiros, por sua venda de pedras preciosas para países como Alemanha, China, Coréia do Sul, Holanda e Japão.
Os municípios mineiros que fizeram sua estréia no mundo das exportações em setembro (ou reapareceram no mapa de exportadores) foram Bonfinópolis de Minas, Campina Verde, Carandaí, Carmópolis de Minas, Conceição do Rio Verde, Divisa Alegre, Nazareno, Rio Piracicaba, Sacramento, São Gonçalo do Rio Abaixo, São Joaquim de Bicas, Tiros, Vargem Grande do Rio Pardo, e ainda São Lourenço (exportando água mineral), Monte Sião (produtos têxteis) e Comercinho, no Vale do Jequitinhonha (granito).
Diversificação das atividades econômicas, de olho na geração de renda e emprego, é o que mostra esse recente levantamento de órgãos do governo mineiro. O planeta é aqui.
De acordo com a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, o café não torrado, não descafeinado, em grão, principal produto da região Sudoeste de Minas, continua sendo o segundo produto da pauta de exportações mineiras, atrás dos minérios de ferro não aglomerados e seus concentrados. Em 2009, esses minérios representaram US$ 6,4 bilhões em exportações, contra US$ 2,9 bilhões em exportação de café. A cana já apareceu em quinto lugar na pauta de exportações, com vendas de US$ 554 milhões. A China foi o maior importador de produtos de Minas Gerais em 2009, com US$ 4,9 bilhões, seguido da Alemanha com US$ 1,5 bilhão e Estados Unidos com US$ 1,3 bi.

Lei de Incentivo à Cultura de Minas Gerais: ainda dá tempo de participar

Termina no dia 19 de outubro o prazo para as inscrições de projetos ao Edital 2010 da Lei Estadual de Incentivo à Cultura. Essa Lei de 1998 já resultou em vários projetos culturais de grande envergadura em Minas Gerais, abrangendo o estímulo à música, artes plásticas, literatura e outras áreas culturais.
De acordo com o edital da Secretaria de Estado da Cultura, o propósito da lei é justamente "fazer a interlocução entre o empreendedor e o incentivador, aproximando produtores, artistas, investidores e público, contribuindo para dinamizar e consolidar o mercado cultural em Minas Gerais".
Tendo em vista este objetivo, a Secretaria de Estado da Cultura observa que, seguindo uma política de descentralização, espera destinar 42% dos recursos aprovados para o interior de Minas, "respeitados os critérios de avaliação documental, técnico, artístico, de fomento e orçamentário" determinados tanto pela Comissão Técnica de Análise de Projetos - CTAP, quanto pela Diretoria da Lei de Incentivo à Cultura - DLIC e, ainda, pela Superintendência de Fomento e Incentivo à Cultura - SFIC.
Maiores informações no site da Secretaria de Estado da Cultura de Minas: www.cultura.mg.gov.br

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Guaranésia, na região, foi pioneira no cinema brasileiro

O cinema brasileiro ainda luta para alcançar sua maturidade no início do século 21, mas não é por falta de esforço de pessoas e grupos que ainda permanecem praticamente anônimos para a maioria da população. Pois Guaranésia, no Sudoeste de Minas, tem seu nome inscrito em letras de ouro nos momentos de pioneirismo do cinema nacional. Nos anos 20, a cidade sediou o chamado Ciclo de Guaranésia, repetindo o fenômeno que ocorreu em outras cidades brasileiras, como o Ciclo de Cataguases (de Humberto Mauro e outros), também em Minas Gerais.
Os irmãos Masotti foram os responsáveis pelo Ciclo de Guaranésia. Américo e Carlos Masotti, filhos de imigrantes italianos, foram os realizadores de "Guaranésia Pitoresca", documentário de cerca de 10 minutos de duração, provavelmente de 1924, e "Corações em suplício", longa exibido pela primeira vez a 7 de janeiro de 1926 no Theatro Rio Branco, propriedade da Empresa Bartolomeu Lauria em Guaranésia.
O Cine Rialto, no Rio de Janeiro, e os cines América, Avenida, Floresta, Odeon e Pathé, da Empresa Gomes Nogueira em Belo Horizonte, foram os próximos espaços de exibição de "Corações em suplício", que teve Roberto Rodrigues, a portuguesa Lilian de Loty e o italiano Eugênio Centenaro como principais protagonistas. Fernando Máximo, gerente do Banco Campos, Lima & Cia, assinou a produção do filme. O museólogo Ivan David, de Guaranésia, vem se dedicando a documentar a história dos irmãos Masotti e outros aspectos da história local.
Monte Santo de Minas e São Sebastião do Paraíso também tiveram locações de documentários assinados pelos irmãos Masotti. Antes de Guaranésia, os Masotti moravam em Muzambinho. Eugenio Centenaro, que acrescentou um Kerrigan a seu nome ao se apresentar como diretor americano (depois foi desmascarado), ainda produziu filmes em Campinas (o faroeste "Sofrer para gozar") e São Paulo. Um nome que daria grande personagem para um filme de sucesso nos cinemas brasileiros e no exterior. Enfim, histórias ocultas do cinema brasileiro, que teve um dos seus pilares na região, em Guaranésia.

Região se destaca no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal

Os municípios paulistas de Batatais, Altinópolis e Santo Antônio da Alegria, e os mineiros de Itamogi, Monte Santo de Minas e São Sebastião do Paraíso se destacaram na edição 2010 do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, sobretudo nas áreas de educação e saúde. Batatais, especificamente, está entre os 50 municípios brasileiros com melhor desempenho no Índice Firjan, à frente de todas capitais estaduais brasileiras, como São Paulo.
O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal foi criado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), como ferramenta para mensurar o desenvolvimento humano, econômico e social nos 5.564 municípios brasileiros, a partir da avaliação do desempenho desses municípios nas áreas de emprego&renda, educação e saúde, com base em dados oficiais levantados sobre esses setores.
A metodologia do Índice Firjan aponta que o município apresenta o melhor desempenho nessas áreas, quanto mais se aproxima de 1 em uma escala de 0 a 1. O IFDM divide os municípios em quatro categorias, de acordo com sua colocação na escala de 0 a 1: baixo desenvolvimento humano (0 a 0,4), regular (0,4001 a 0,6), moderado (0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1) desenvolvimento humano.
Nestes termos, é uma metodologia semelhante à do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), medido pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD). Batatais ficou no lugar 46 do ranking nacional do IFDM e no lugar 43 do ranking paulista, com uma média de 0,8689, considerando as áreas emprego&renda (0,8475), educação (0,8467) e saúde (0,9125).
O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) de 2010 se refere a dados de 2007 sobre os municípios brasileiros. Pois os seis municípios apresentaram índices, nas áreas de saúde e educação, superiores à imensa maioria dos municípios brasileiros.
A média brasileira do IFDM em educação foi de 0,7083 e em saúde, de 0,7830. Todos os seis municípios (em ordem alfabética, a seguir) superaram essa média: Altinópolis (0,8586 em educação e 0,9208 em saúde), Batatais (0,8467 e 0,9125), Itamogi (0,8010 e 0,8398), Monte Santo de Minas (0,8087 e 0,9167), Santo Antônio da Alegria (0,8374 e 0,8693) e São Sebastião do Paraíso (0,7816 e 0,8489). Pelos critérios do Índice Firjan, fica então o desafio de melhoria do desempenho do conjunto dos municípios na área de emprego e renda.
Desafios - Conforme o IFDM 2010, 40 milhões de brasileiros ainda vivem em situação precária em termos de educação, saúde e acesso a mercado de trabalho estruturado. De qualquer modo, o IFDM apontou uma evolução em termos de desenvolvimento municipal no Brasil desde a primeira edição do Índice, referente a dados de 2000. (Por José Pedro S.Martins)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Bela diversidade nordestina

Estátua de Clarice Lispector, no centro histórico de Recife: o Nordeste tem uma diversidade cultural impressionante (Foto José Pedro Martins)
Uma estátua faz homenagem à escritora Clarice Lispector, que faria 90 anos em dezembro, no centro de Recife. Mais um signo da enorme diversidade social, cultural e natural nordestina, tema do primeiro ensaio de Pelo Brasil, nova editoria do blog BELA REGIÃO. Afinal, fazemos parte desse maravilhoso país! (Ver em PELO BRASIL)

Região é destaque no Dia Internacional do Idoso


Represa em Santo Antônio da Alegria é espaço para atividades esportivas: tudo pela saúde.


Atividades físicas com Terceira Idade em Santo Antônio da Alegria, destaque na proteção ao idoso (Fotos José Pedro S.Martins)

No dia primeiro de outubro novamente se comemorou o Dia Internacional do Idoso. Data lembrada desde 1990, por resolução da ONU. Também por determinação das Nações Unidas foi celebrado em 1999 o Ano Internacional do Idoso, que contribuiu para acelerar a reflexão global sobre o novo status da chamada Terceira Idade na sociedade planetária. Cidades da região se destacam no oferecimento de qualidade de vida aos idosos.
Santo Antônio da Alegria foi considerada a cidade que melhor oferece qualidade de vida aos idosos em território paulista, de acordo com o primeiro levantamento do Índice Futuridade, criado pela Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, com metodologia da Fundação SEADE e chancela do Fundo de População das Nações Unidas - UNFPA. Altinópolis ficou em segundo lugar no Índice Futuridade, entre os 645 municípios paulistas.
O Índice Futuridade observa a existência no município de ações ou programas de turismo, esporte e cultura, em benefício dos idosos, entre outras informações. Em uma escala de 1 a 100, o município mais próximo de 100 é considerado aquele de melhores serviços aos idosos.
Em Santo Antônio da Alegria são oferecidas várias atividades para a Terceira Idade, como exercícios físicos, sempre com acompanhamento médico. O professor José Nilton Ribeiro coordena as atividades físicas. A represa na entrada da cidade e o ginásio poliesportivo são espaços privilegiados para os exercícios. Mas a grande atração para os idosos é o baile nos finais de semana. Forró sempre animado.
Em Altinópolis, várias ações também são oferecidas. Além do esforço público, a cidade conta com atividades de grupos como o Clube da Terceira Idade dos Jovens de Ontem. O clube funciona na antiga estação ferroviária. Uma ligação com a memória afetiva da cidade, em benefício da qualidade de vida total dos jovens de sempre. Em todos os demais municípios da região também existem ativos grupos da Terceira Idade. (Por José Pedro S.Martins)



Minas e São Paulo com novos governadores: algumas explicações

Auditório JK e Palácio Tiradentes (Fotos José Pedro S.Martins)


Edifícios Minas e Gerais, novo endereço de secretarias estaduais


Cidade Administrativa Tancredo Neves, símbolo do governo Aécio Neves


As eleições de 3 de outubro apontaram os novos governadores de Minas Gerais e São Paulo. Em Minas, na realidade foi reeleito Antonio Anastasia, pelo PSDB. Ele era vice de Aécio Neves, que se afastou para disputar e vencer uma das duas vagas para o Senado. Assim, Anastasia já tinha assumido o governo mineiro, sendo reeleito em primeiro turno a 3 de outubro. Em São Paulo, foi eleito, também pelo PSDB, Geraldo Alckmin, que já havia sido governador paulista anteriormente.
Dois maiores colégios eleitorais do país, Minas e São Paulo continuarão tendo peso enorme na política nacional. Vem sendo assim desde a Proclamação da República, em 1889, que aconteceu em grande parte pela força do café. Nas primeiras décadas do século 20, vigorou inclusive a famosa "Política Café Com Leite", como foi batizada a alternância de mineiros e paulistas na presidência da República - dois deles, inclusive, saídos da região, Wenceslau Braz e Washington Luís.
Os analistas indicam que um dos motivos para a vitória expressiva de Anastasia em Minas se deve à visão de Aécio Neves em sua passagem pelo governo mineiro. Entre suas principais realizações, e talvez a mais simbólica, sem dúvida está a Cidade Administrativa Tancredo Neves, a nova sede do governo mineiro, no bairro Serra Verde, em Belo Horizonte.
Para assinar o projeto arquitetônico Aécio convidou Oscar Niemeyer, o grande parceiro (ao lado de Lúcio Costa) do mito mineiro Juscelino Kubitschek na construção Brasília. Não deixou de ser, então, um resgate da memória de JK e, por extensão, da autoestima mineira. E não por acaso a Cidade Administrativa Tancredo Neves já é conhecida entre muitos mineiros como "mini-Brasília", pelas semelhanças entre a capital federal e o novo espaço que sedia o governo mineiro.
Com a construção da Cidade Administrativa, as secretarias municipais, que estavam localizadas no centro de Belo Horizonte, foram todas centralizadas no novo espaço, às margens da chamada Linha Verde, que liga a capital ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves. Já tem sido enorme o impacto da localização da Cidade Administrativa nessa região, como indutor do Vetor Norte, novo eixo de desenvolvimento na região metropolitana de Belo Horizonte. Municípios como Pedro Leopoldo, Confins e Lagoa Santa já vivem uma fase de euforia e de novos empreendimentos, como consequencia dessa localização. E o futuro macroanel viário, em torno de BH, vai reforçar ainda mais o Vetor Norte. Sem falar na Copa de 2014: pela série de trapalhadas em São Paulo, muitos mineiros já acreditam piamente que a abertura do mundial do Brasil será no Mineirão, que está em obras aceleradas.
Acessibilidade total para pessoas com deficiência, preocupação ambiental (aproveitamento de água das chuvas, sistema de esgoto sanitário a vácuo, coleta seletiva de resíduos, criação do Parque Estadual Serra Verde etc), Auditório JK são outros ítens da Cidade Administrativa Tancredo Neves, maior projeto corporativo implementado no país, com 270 mil metros quadrados de área construída, em 804 mil m2 totais. Foi a primeira megaobra no Brasil que teve a participação de todas as grandes construtoras nacionais. Isso foi possível pela divisão do projeto em lotes para a construção dos diferentes edifícios. Enfim, projeto de enorme impacto, com nítida influência no resultado das eleições de 3 de outubro.
São Paulo - Em São Paulo, analistas comentaram a vitória de Geraldo Alckmin como fruto de obras realizadas em seguidos governos do PSDB e, ainda, como uma possível reação do eleitorado paulista a aspectos do governo Lula e ações de membros do PT, entre outros fatores. O certo é que Minas e São Paulo continuarão no centro da política nacional, e o futuro do Brasil continuará passando por aqui. (Por José Pedro S.Martins)