quarta-feira, 23 de março de 2011

Empresários e ambientalistas de Minas e São Paulo apresentam neste 24 de março proposta de consenso sobre Código Florestal

Nesta quinta-feira, dia 24 de março, organizações ambientalistas e empresariais de Minas Gerais e São Paulo irão apresentar documento com propostas conjuntas relacionadas a modificações no Código Florestal. Após intensas negociações, as organizações chegaram a um acordo, em função da polêmica provocada pelo substitutivo do deputado Aldo Rebelo (PC do B) de mudanças no Código Florestal. Ambientalistas e cientistas têm divulgado nos últimos meses sérias críticas ao substitutivo do parlamentar comunista.
Em Minas Gerais, a cerimônia de lançamento do documento acontecerá às 13h30, em Belo Horizonte, na sede da AMDA - Associação Mineira de Defesa do Ambiente. Estarão presentes representantes da AMDA, do Sindiextra (Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais) e outras nove organizações signatárias.
O mesmo ocorrerá em São Paulo, em ato simultâneo, no hotel Tivoli São Paulo Mofarrej, nos Jardins, com a presença de representantes empresariais do setor de base florestal plantada (celulose) e várias organizações ambientalistas de expressão nacional. Documento similar já havia sido entregue no último dia 15, por representantes de ambientalistas e setor de celulose, ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia. O documento foi encaminhado por Maia ao deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), coordenador da câmara de negociação criada na Câmara dos Deputados, relacionada ao projeto de Aldo Rebelo.
A redução da Área de Preservação Permanente nas margens de rios, o que poderia incrementar o desmatamento e os riscos para os recursos hídricos, é uma das principais preocupações de cientistas e ambientalistas. A redução da reserva legal na Amazônia também inquieta, pois também poderia estimular mais desmatamento na região.
Um estudo dos pesquisadores Gerd Spavorek (ESALQ, USP), Alberto Barretto (aluno de doutorado da ESALQ-USP), Israel Klug (consultor) e Goran Berndes (professor da Universidade de Chalmers, Suécia) demostrou que não seria necessário maior desmatamento para aumentar a produção agrícola no Brasil. O incremento da área agrícola seria nas áreas de pecuária extensiva. A pecuária, por sua vez, poderia poderia ser estimulada pela intensificação e ganho de produtividade.
No estudo, eles lembram que 83 milhões dos 278 milhões de hectares ocupados pelo setor agrupecuário no país não estão em conformidade com o Código Florestal ainda em vigor, e deveriam então ser recuperados. Ou seja, mesmo com o Código Florestal em vigor, já ocorre desmatamento. Se ele for "abrandado", os riscos seriam maiores.

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