domingo, 12 de setembro de 2010

Presidentes da República saíram de Batatais e Monte Santo

No próximo dia 24 de outubro serão lembrados os 80 anos de deposição do presidente Washington Luís, pelo movimento que levaria Getúlio Vargas ao poder. O mesmo Getúlio Dorneles Vargas que tinha sido ministro da Fazenda de Washington Luís, o último presidente da chamada política café-com-leite, como ficou conhecido o período em que os mandatários da nação eram eleitos, em alternância, por Minas Gerais e São Paulo, ricos em café e pecuária.
Em função da força do café, especificamente, a região de Batatais a Monte Santo de Minas praticamente dominou a política nacional, paulista e mineira, por longos períodos entre 1909 e 1930. Período de grande florescimento da região, com o café impulsionando o crescimento das cidades, promovendo a implantação da rede ferroviária (particularmente a Companhia Mogiana) e incentivando a vinda de muitos migrantes, em especial italianos e árabes. Foi uma espécie de época de ouro, uma Belle Époque, para a região, que deixou marcas visíveis até hoje.
Entre 3 de abril de 1909 e 7 de setembro de 1910 Wenceslau Braz, que tinha sido agente executivo (cargo correspondente ao do atual promotor público) em Monte Santo, foi governador de Minas Gerais, de onde saiu para ser eleito vice-presidente da República, entre 15 de novembro de 1910 e 15 de novembro de 1914. E da vice para a presidência da República, entre 15 de novembro de 1914 e 15 de novembro de 1918, pelo Partido Republicano Mineiro.
A 1 de maio de 1916, por sua vez, assumia o governo de São Paulo Altino Arantes, político nascido em Batatais, e que ficou no cargo até 1 de maio de 1920. Foi substituído por outro nome ligado a Batatais, Washington Luís, que havia sido vereador e intendente (atual prefeito) na cidade. Washington Luis foi governador de São Paulo até 1 de maio de 1924. Mas sua carreira política prosseguiu, chegando à presidência da República, onde ficou de 15 de novembro de 1926 até o golpe liderado por Getúlio a 24 de outubro de 1930.
Praticamente duas décadas, portanto, com a região no auge do cenário político nacional. A arte de fazer política nas mãos de mineiros e paulistas, do lado de lá e de cá da fronteira. (Por José Pedro S.Martins)

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