domingo, 7 de agosto de 2011

Situação crítica das florestas nas bacias do PCJ e muito grave na RMC

2011 é o Ano Internacional das Florestas, iniciativa das Nações Unidas para promover uma reflexão planetária sobre essas imensas reservas de vida, cada vez mais ameaçadas. O balanço das florestas nos 65 municípios das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) é absolutamente crítico. Na Região Metropolitana de Campinas (RMC), o cenário é de enorme gravidade em relação às florestas remanescentes – entre os 12 municípios com menor índice de florestas nativas remanescentes no conjunto das três bacias, oito estão localizados entre os 19 que formam a RMC. Um cenário geral que exige medidas urgentes para proteger o que resta de mata nativa nas bacias PCJ e sobretudo na RMC, mas principalmente para promover o reflorestamento, como um gesto ético e de responsabilidade com as futuras gerações, pois a necessidade de proteção dos recursos hídricos, por exemplo, demanda um plantio maciço de árvores, particularmente nas margens dos rios.
O Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo, de 2005, revelou que os remanescentes florestais cobrem somente 13,94% do território paulista, o que indica um gigantesco desastre ambiental, considerando que originalmente 80% do território estadual eram cobertos com diferentes tipos de florestas. Na região do PCJ o quadro é ainda pior. Dos 1.530.367 hectares que compõem o território das três bacias, somente 105.403 hectares estavam cobertos com vegetação nativa remanescente, ou 6,89%, cerca da metade, portanto, da média estadual.
Nas três bacias, os municípios com maior porcentagem de vegetação nativa remanescente são Bom Jesus dos Perdões (40,0% do seu território), Nazaré Paulista (36,7%) e Jarinu (29,9%). Dos doze municípios das três bacias com pior índice de vegetação nativa remanescente, oito estão na RMC: Hortolândia (2% do município cobertos com vegetação nativa remanescente), Sumaré (2,5%), Santa Bárbara d´Oeste (5%), Santo Antonio de Posse (5,1%), Paulínia (6%), Artur Nogueira (6,3%), Nova Odessa e Campinas (ambos com 7%). Os outros quatro municípios com menores índice de vegetação nativa remanescente são Santa Gertrudes (3,8%), Cordeirópolis (4,3%), Iracemápolis (5,6%) e Rio das Pedras (6,7%). Todas informações são do Sistema de Informações Florestais do Estado de São Paulo – Quantificação da vegetação natural remanescente para os Municípios do Estado de São Paulo – Legenda IBGE – RADAM 2009. Os dados constam do Plano de Bacias para as bacias PCJ 2010-2020.
Segundo dados do mesmo Plano de Bacias, com informações derivadas da interpretação de imagem do satélite Landsat-TM-7 de 2003, 39,06% do território das três bacias eram cobertos por pastagens, 33,61% com cana-de-açúcar, 7,93% por vegetação nativa, 6% por área urbana, 5,90% por culturas perenes, 4% por reflorestamento e 1,47% por corpos d´água (rios, lagos etc). Pequena discrepância em relação ao índice de vegetação nativa apurado pelo Sistema de Informações Florestais de São Paulo, mas de qualquer modo confirmando a baixíssima porcentagem de vegetação nativa remanescente nas três bacias. Um grande desafio para o desenvolvimento sustentável nessa região cada vez mais populosa e ativa em termos econômicos. (Por José Pedro S.Martins)

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