Nesta quinta-feira, 2 de setembro, começa a novena de Nossa Senhora da Piedade, Padroeira de Altinópolis (ver em Cidades/SP). E amanhã, dia 3, tem início a tradicional quermesse, que movimentará Altinópolis e região até o final de setembro. Bençãos do sal, das chaves, dos pães, das alianças, dos professores, de remédios e da água são algumas das atividades previstas ao longo do mês. Momento de fé e alegria, até a Benção do Santíssimo, a 30 de setembro.
As quermesses têm um papel central na vida das cidades brasileiras, como filhas dos eventos realizados na Europa desde a Idade Média. Sempre foram o momento de celebração do santo ou santa padroeiro(a) de determinada comunidade. A hora de renovar as energias comunitárias, de reafirmação das alianças, dos laços que unem as famílias que decidem compatilhar suas vidas em uma localidade.
Nas quermesses acontecem os flertes, o início de muitos namoros, os contatos de negócios e políticos, mas em especial é a hora da pausa no cotidiano para a ligação com o espítual, com a transcendência, com o significado maior da vida de cada um. Somos muito mais do que carne e osso, somos seres humanos ligados a outros humanos e, dependendo da crença de cada um, seres vinculados a algo maior. Somos todos membros de um mesmo universo.
O formato das instalações onde as quermesses são realizadas é quase sempre o mesmo. São réplicas de casas, dividas em cômodos, mas a diferença é que não há paredes. A transparência é total. Todo mundo vê todo mundo. É a vida pública em sua essência. A cidade é a nossa casa.
Essa comunhão de afetos, essa troca de saberes e de sabores, são a marca das quermesses que acontecem o ano todo, em todo Brasil. Não passa uma semana sem ter uma quermesse em algum ponto do país, e não é diferente em nossas regiões.
As quermesses de minha infância, como acho que de todos que vivem ou viveram em pequenas cidades, foram o momento de descoberta de pertencimento a uma comunidade. Não estamos sós, não somos uma ilha, tem gente de todo jeito à nossa volta, e isso é muito bom.
Não vou me esquecer, nunca, das quermesses em louvor a São Sebastião, em Itamogi, que acontecem em janeiro. Os quitutes, músicas e jogos típicos das quermesses, mas também a quadrilha comandada pelo saudoso Zé Barreto. "Olha o bicho", "É mentira!", e por aí vai. E também o leilão, os lances maiores pelo frango com farofa, pelo cartucho com doces vários. Que gosto de vida simples e feliz!
As quermesses são uma pequena amostra do Paraíso.
Meu grande abraço, bela região! (José Pedro S.Martins)
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