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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Região de Campinas terá finalmente um Zoneamento Ecológico-Econômico, que pode limitar atividades produtivas na RMC

Rio Piracicaba seco em agosto: vulnerabilidade

hídrica é um dos pontos críticos na região



Entre os dias 12 e 14 de dezembro a Secretaria do Meio Ambiente de São Paulo promove, na capital paulista, o Seminário Zoneamento Ecológico-Econômico - Base para o Desenvolvimento Sustentável do Estado de São Paulo. O objetivo será debater questões referentes ao Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) e promover a troca de experiências, que servirão de subsídios para o processo de regulamentação e implementação deste instrumento de planejamento e ordenamento territorial no Estado de São Paulo. A expectativa é de que finalmente a Região Metropolitana de Campinas (RMC) possa ter o seu Zoneamento Ecológico-Econômico, medida que já vem sendo implementada em outras regiões do estado. Com o Zoneamento, algumas atividades produtivas de grande impacto poderão passar a ser limitadas na RMC.

De fato, até o momento o governo de São Paulo vinha excluindo sistematicamente a RMC de medidas de planejamento relacionadas ao instrumento do ZEE, considerado como a principal ferramenta de planejamento ambiental e econômico em um determinado território. O ZEE é um instrumento previsto na Política Nacional de Meio Ambiente, visando ordenar a ocupação adequada de um território, de uma região. Vários estudos são feitos, no âmbito de um ZEE, para identificar as limitações ambientais, os potenciais e as vocações econômicas de um território ou região. O propósito é de que, a partir desses estudos, de solo, disponibilidade de águas e outros parâmetros, seja elaborada uma política para o desenvolvimento sustentável da área em questão, o que até hoje obviamente não ocorreu em nenhum ponto do território brasileiro.

No Brasil, vários estados já concluíram ou pelo menos iniciaram o Zoneamento Ecológico-Econômico. Um caso que virou referência é o de Minas Gerais, cujo trabalho de ZEE já gerou um Diagnóstico da Vulnerabilidade Natural de todas regiões do estado, um Diagnóstico de Potencialidade Social e um Índice Ecológico-Econômico. Casos de vários estados serão discutidos no Seminário em São Paulo.

Apesar de ser o estado mais rico e produtivo do Brasil, e talvez por isso mesmo, São Paulo tem sido muito tímido na formulação do seu Zoneamento Ecológico-Econômico. O ZEE da Baixada Santista está em discussão, o governo paulista também já publicou diretrizes para o ZEE do Litoral Norte e acaba de publicar uma série de subsídios para o Zoneamento Ecológico-Econômico da região do Paraiba do Sul.

A Política Estadual de Mudanças Climáticas, resultado da Lei 13.798, de 2009, e regulamentada em junho de 2010, prevê o ZEE em todas as unidades de gerenciamento de recursos hidricos de São Paulo, inclusive a dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), onde está a Região Metropolitana de Campinas (RMC). Um dos pontos sensíveis do ZEE das bacias PCJ, e por extensão da RMC, com certeza será a crítica situação das águas. A região já consome muito mais do que tem de disponibilidade hídrica. A dúvida é se o ZEE das bacias PCJ será realizado antes ou depois de 2014, quando ocorrerá a renovação da outorga do Sistema Cantareira, que tira 31 mil litros de água por segundo da região para abastecer metade da Grande São Paulo.

Enfim, o tardio Zoneamento Ecológico-Econômico em todo estado de São Paulo, e na RMC em particular, poderá definir um novo padrão de desenvolvimento em território paulista e na Região Metropolitana de São Paulo. Muito dependerá da cidadania organizada, para que o ZEE de São Paulo e de cada região saia de fato de acordo com os preceitos da sustentabilidade. (Por José Pedro Martins)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Governo de São Paulo acelera processo de estruturação da macrometrópole paulista: desafios para a cidadania

O governo de São Paulo está acelerando o processo de estruturação da macrometrópole paulista, que será uma das maiores do planeta. O passo mais recente foi o envio para a Assembleia Legislativa do projeto criando a Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte. Com a criação de mais essa região metropolitana, estará praticamente institucionalizada a macrometrópole paulista, que será composta ainda pelas regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e Baixada Santista, já criadas, e pelas aglomerações urbanas de Jundiaí, Sorocaba e Piracicaba, também em processo de estruturação.


A Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte será composta por 39 municípios. Será dividida em cinco sub-regiões (São José dos Campos, Taubaté, Guaratinguetá, Cruzeiro e Litoral Norte). Seguirá praticamente o mesmo modelo das demais regiões metropolitanas, tendo o Conselho de Desenvolvimento Metropolitano, formado pelos municípios e representantes do Estado, como principal órgão.


Com a macrometrópole, o planejamento em vários setores - transportes, meio ambiente, educação, saúde, entre outros - será feito considerando esse gigante tecido intermunicipal. É fundamental que a cidadania paulista esteja atenta para este processo, procurando participar de todas as etapas. O projeto do Trem de Alta Velocidade (TAV), por exemplo, ligando Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, necessariamente será mais discutido com a estruturação da macrometrópole. (José Pedro S.Martins)