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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Carnaval de Muzambinho e Carmo do Rio Claro já movimenta foliões

O carnaval de Muzambinho e de Carmo do Rio Claro, ambos no Sudoeste de Minas Gerais, ganhou status cada vez maior entre os foliões nos últimos anos, e a festa de 2011 já atrai atenções de milhares, mobilizados na busca de local de estadia e outros preparativos fundamentais. Muzambinho e Carmo do Rio Claro se tornam, nesta época, o destino de número crescente de mineiros mas também de paulistas de São Paulo, Campinas, Ribeirão Preto e Franca, entre outras cidades.
A avenida Américo Luz é o palco do Carnaval de Muzambinho. O Carnaval cada vez mais forte resgata a rica história da cidade, que teria se iniciado com a formação de um "mocambo" ou "mocambinho", comunidade de negros que teriam fugido de grandes fazendas na região. Originalmente, os moradores eram indígenas de várias etnias. Um mapa provavelmente de 1765, do governador da Capitania de Minas Gerais, Dom Luiz Diogo, indica a presença de um quilombo na região.
"São José da Boa Vista" e "São José da Boa Vista do Cabo Verde" foram os primeiros nomes da povoação, transformada em distrito em 1860 e Vila a 12 de novembro de 1878. Em 30 de novembro de 1880 já era cidade, com o nome de Mozambinho. Os nomes Mosambinho e Mossambinho também aparecem em documentos da época. O nome atual, Muzambinho, segundo estudos linguisticos, também poderia derivar de uma palavra de origem angolana que significa "adivinhação", ou de "Muzambo", termo também angolano, equivalente a lugar sagrado.
A 12 de maio de 1881, escravos da Comarca receberam sua alforria, sete anos antes da Lei Áurea da Princesa Isabel.E um dos responsáveis pelo feito foi o abolicionista Américo Luz, que dá nome à avenida que se transforma no Carnaval no endereço da alegria de milhares, na cidade que teve muita contribuição da imigração italiana, mas também de sírios, libaneses e outros.
O mesmo Américo Luz foi o incentivador da Estrada de Ferro Muzambinho, que acabou não sendo concretizada, embora em 1913 tenha sido inaugurado o trecho da Companhia Mogiana entre Guaxupé e Muzambinho. Pois hoje é o trio elétrico que comanda o Carnaval de Muzambinho.
Em 2011, o trio Padilhão vai conduzir a massa pela Américo Luz até o Parque Folia. O bloco Vermes e Cia é a grande atração do Carnaval de Muzambinho. Os abadás são disputadíssimos. O Parque Folia tem uma estrutura de 15 mil metros quadrados, sendo 5 mil metros quadrados de camarotes, além de bares, praça de alimentação e outros ingredientes. Vários artistas vão ajudar a animar a festa.
Em 1901 Muzambinho viu inaugurado o Lyceu Municipal, pelo qual ficou conhecida como "Atenas Sul-Mineira". A cidade continua contribuindo agora com a cultura brasileira, entre outras manifestações, com o Carnaval, durante o qual é possível, além de sambar, conhecer o belo patrimônio histórico e arquitetônico local.
Carmo do Rio Claro - Carmo Alegria é o tema do Carnaval 2011 de Carmo do Rio Claro, outro que tem se fortalecido como referência no Sudoeste de Minas. Bandeirantes estão na origem da povoação, na região ocupada inicialmente por indígenas. Em 1810 foi criada a freguesia de de Nossa Senhora do Carmo do Monte Rio Claro. A 29 de outubro de 1875 seria criada a Vila, desmembrada do município de Passos, e dois anos depois já se tornava cidade.
As águas do rio Sapucaí e da represa de Furnas moldam o cenário de Carmo do Rio Claro, composto ainda pela Serra do Tormenta e por cachoeiras belíssimas. Este é um dos locais procurados para o refresco dos foliões que nos últimos anos aos milhares procuram a cidade no Carnaval. O Museu do Índio, com peças de caraguases e caiapós, é outra possível atração, uma homenagem aos primeiros moradores.
O bloco Kafofo é uma das atrações principais. As bandas Usmen, Bombalada, Axé Bahia e Blackout e a cantora Fernanda Garcya e a dupla Emerson & Christian são outras atrações, além da imperdível Banda da Turma do Aguenta, que soma 35 anos de muita alegria.E blocos, muitos blocos. De 4 a 8 de março, Muzambinho e Carmo do Rio Claro são dois dos endereços mais procurados no Carnaval do Sudoeste de Minas, que também tem várias outras cidades com enorme tradição na Festa de Momo.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Guaranésia, na região, foi pioneira no cinema brasileiro

O cinema brasileiro ainda luta para alcançar sua maturidade no início do século 21, mas não é por falta de esforço de pessoas e grupos que ainda permanecem praticamente anônimos para a maioria da população. Pois Guaranésia, no Sudoeste de Minas, tem seu nome inscrito em letras de ouro nos momentos de pioneirismo do cinema nacional. Nos anos 20, a cidade sediou o chamado Ciclo de Guaranésia, repetindo o fenômeno que ocorreu em outras cidades brasileiras, como o Ciclo de Cataguases (de Humberto Mauro e outros), também em Minas Gerais.
Os irmãos Masotti foram os responsáveis pelo Ciclo de Guaranésia. Américo e Carlos Masotti, filhos de imigrantes italianos, foram os realizadores de "Guaranésia Pitoresca", documentário de cerca de 10 minutos de duração, provavelmente de 1924, e "Corações em suplício", longa exibido pela primeira vez a 7 de janeiro de 1926 no Theatro Rio Branco, propriedade da Empresa Bartolomeu Lauria em Guaranésia.
O Cine Rialto, no Rio de Janeiro, e os cines América, Avenida, Floresta, Odeon e Pathé, da Empresa Gomes Nogueira em Belo Horizonte, foram os próximos espaços de exibição de "Corações em suplício", que teve Roberto Rodrigues, a portuguesa Lilian de Loty e o italiano Eugênio Centenaro como principais protagonistas. Fernando Máximo, gerente do Banco Campos, Lima & Cia, assinou a produção do filme. O museólogo Ivan David, de Guaranésia, vem se dedicando a documentar a história dos irmãos Masotti e outros aspectos da história local.
Monte Santo de Minas e São Sebastião do Paraíso também tiveram locações de documentários assinados pelos irmãos Masotti. Antes de Guaranésia, os Masotti moravam em Muzambinho. Eugenio Centenaro, que acrescentou um Kerrigan a seu nome ao se apresentar como diretor americano (depois foi desmascarado), ainda produziu filmes em Campinas (o faroeste "Sofrer para gozar") e São Paulo. Um nome que daria grande personagem para um filme de sucesso nos cinemas brasileiros e no exterior. Enfim, histórias ocultas do cinema brasileiro, que teve um dos seus pilares na região, em Guaranésia.