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domingo, 22 de maio de 2011

Levy Lopes, um diamante do pagode universitário, mais um Tesouro de Minas Gerais




Com apenas 21 anos, filho de Monte Santo de Minas, Levy Lopes se consolida como um expoente do pagode universitário. Ele é um dos Tesouros de Minas, título da coluna que o blog BELA REGIÃO começa hoje com artistas que evoluem na cena musical e outros já consagrados. Simpatia, humildade e enorme talento são a marca do multiinstrumentista Levy, que desenvolveu um estilo próprio a partir da incorporação de diferentes influências e de passagens em vários grupos antes de decidir pela carreira solo. Diversas cidades paulistas, inclusive a capital, e do Sudoeste de Minas Gerais já confirmaram o brilho no palco de Levy, que respira e transpira música desde a infância, na casa que tem outros artistas. Uma história de fé em um ideal e de trabalho árduo, na construção de um projeto de vida. (Ver em TESOUROS DE MINAS)

terça-feira, 17 de maio de 2011

Monte Santo de Minas promove Marcha da Luta Nacional Antimanicomial

Uma caminhada contra o preconceito e a intolerância e por um novo olhar da sociedade brasileira para os distúrbios mentais, que incapacitam mais do que doenças cardíacas. Às 14 horas desta quarta-feira, 18 de maio, sai da Praça da Matriz e percorre as ruas centrais de Monte Santo de Minas a Marcha da Luta Nacional Antimanicomial. Atividade que marca a lembrança na cidade do Dia Nacional da Luta Antimanicomial, data simbólica dos avanços obtidos nos últimos anos, em termos de luta antimanicomial, mas também de estímulo para que a luta prossiga, pois os estigmas permanecem.

A promoção da Marcha é do Centro de Atenção Psicossocial - CAPS Rosalino, João e Paixão, homenagem a três portadores de transtornos mentais que circulavam pelas ruas centrais de Monte Santo. A Marcha vai passar por muitos pontos onde os três eram vistos, como um sinal de esperança de que o Brasil vive a aurora de novos tempos em políticas públicas, antes praticamente inexistentes, para distúrbios mentais.

Após uma grande luta de profissionais do setor, de organizações da sociedade civil e dos próprios portadores, foi editada em 2011 a Lei 10.216, que instituiu um novo modelo de assistência aos portadores de distúrbios mentais no país. Eles passaram a ter muito mais direitos, em termos de melhorias no tratamento, de inclusão na comunidade e a cuidados integrais, entre outros.

Com a nova legislação, o Estado brasileiro, compreendendo as três instâncias de governo, passou a ter responsabilidade na formulação e execução de políticas públicas humanitárias, abrangentes, eficientes e participativas dirigidas aos portadores. A internação passou a ser vista como último recurso terapêutico, ao contrário do que era feito durante muito tempo, quando era vista às vezes como a única solução e era praticada indiscriminadamente. A internação em instituições asilares passou a ser vetada.

Foi então estabelecida uma Política Nacional de Saúde Mental, envolvendo ações como o Programa de Reestruturação da Assistência Psiquiátrica Hospitalar - PRH, abrangendo a redução gradativa e de forma planejada dos leitos, e o Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares - PNASH-Psiquiatria. De forma concomitante, passaram a ser estimuladas e implementadas medidas como a expansão de serviços residenciais terapêuticos, a criação de leitos para saúde mental em hospitais gerais, a atenção mais qualificada em relação ao uso de álcool e drogas e a reorientação dos manicômios judiciários.

A multiplicação e qualificação dos CAPS é um dos pontos centrais da Política Nacional de Saúde Mental, em conjunto com várias outras medidas, como programas de geração de renda e trabalho e ações culturais e educacionais, envolvendo portadores e familiares. Conquistas já foram obtidas. Entre 2003 e 2008 o Programa De Volta para Casa beneficiou 3 mil portadores de distúrbios mentais no país. No mesmo período, o número de CAPS mais que duplicou, aumentando de 500 para 1290.

Cândido Ferreira, Campinas - Uma das instituições que se tornaram modelo nesse sentido é o Serviço de Saúde Cândido Ferreira, de Campinas. A partir de 1993 ele já era considerado referência em tratamento de saúde mental no Brasil pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Atendendo a mais de 1 mil usuários por mês, o Cândido Ferreira, fundado em 1924, tem-se empenhado muito na desospitalização, na participação social dos usuários e no respeito ao direito à convivência com a diversidade, com a diferença. Para colocar em prática esses princípios, tem uma estrutura que inclui, entre outros recursos, três Centros de Convivência, Núcleo de Oficinas e Trabalho (NOT), Cândido Escola e, também, quatro CAPS, um Núcleo Clínico, Núcleo de Atenção à Dependência Química e Núcleo de Atenção à Crise (NAC).

Usuários do Cândido participam de atividades em comunicação comunitária, como o programa de rádio Maluco Beleza e Jornal Candura. O Bloco do Candinho, que sai pelas ruas do distrito de Sousas, há vários anos tornou-se um dos destaques do Carnaval de Campinas.

Luzes em novos horizontes para a saúde mental no Brasil. Por isso a Marcha deste 18 de maio em Monte Santo de Minas, Dia Nacional da Luta Antimanicomial, alcança um enorme significado. Os cristais de novos tempos que brilham no coração da esperança. (Por José Pedro S.Martins)

quarta-feira, 4 de maio de 2011

A magia e as luzes da noite em Monte Santo de Minas

Colégio Américo de Paiva, espaço de saber, cultura, encontros e saudade. Uma das pérolas de Monte Santo de Minas, que ganham novos encantos, novos contornos, quando a noite cai com seu véu de seda e magia. (Ver ensaio de José Pedro S.Martins em OLHARES)

sábado, 19 de março de 2011

Bacia do Rio Grande sofre com falta de tratamento de esgotos e depósito inadequado de lixo


A Bacia do Rio Grande, compreendendo o Sul de Minas Gerais e Nordeste de São Paulo, sofre com a falta de tratamento de esgotos e com a destinação inadequada de resíduos sólidos urbanos. Esta é uma das conclusões do Diagnóstico da Situação dos Recursos Hídricos na Bacia Hidrográfica do Rio Grande (BHRG) - SP/MG, elaborado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), ligado ao governo de São Paulo. Encontrar caminhos para o tratamento de esgotos e destinação correta do lixo na região é um dos desafios da Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) do Rio Grande, que será instalado em junho de 2011 (Ver post abaixo).
O território que corresponde à bacia do Rio Grande tem 143 mil quilômetros quadrados, sendo 60,20% em Minas Gerais e 39,80% em São Paulo. São 393 municípios na bacia, sendo 179 (45,55%) em São Paulo, incluindo Altinópolis, Batatais e Santo Antônio da Alegria, e 214 (54,45%) em Minas Gerais, incluindo Itamogi, Monte Santo de Minas e São Sebastião do Paraíso. São cerca de 9 milhões de moradores, o que significa o segundo Comitê de Bacias Interestadual em população no Brasil, atrás somente do Comitê do Rio São Francisco, onde moram mais de 16 milhões de pessoas em sete estados. Ribeirão Preto, Franca e Uberaba são os municípios mais populosos na bacia do Rio Grande.
56% da área da bacia são cobertos com pastagem e 36% com culturas agrícolas, restando apenas 3,38% de vegetação nativa, sobretudo de Cerrado, o que indica um dos grandes desafios ambientais na região. O rio Grande nasce na Serra da Mantiqueira, em Bocaina de Minas, a cerca de 1980 metros de altitude, e deságua no rio Paraná, na divisa dos municípios de Santa Clara do Oeste (SP) e Carneirinho (MG). São 13 barragens no percurso do rio Grande, cuja bacia representa 8% da capacidade instalada de geração de eletricidade do Brasil, propiciada por 71 hidrelétricas.
Os principais afluentes do rio Grande são, na margem direita, rios das Mortes, Jacaré, Santana, Pouso Alegre, Uberaba e Verde ou Feio. Na margem esquerda, estão os rios Capivari, Verde, Sapucarí-Mirim, Sapucaí (de Minas), Pardo, Sapucaí (de São Paulo), Mogi-Guaçu e Turvo.
A bacia do rio Grande conta com mais de 30 mil estabelecimentos industriais, 54% deles em território paulista. A região tem um rebanho de mais de 94 milhões de cabeças, sendo 86 milhões de galináceos, 7 milhões de bovinos e 1,5 milhão de outros. No total, corresponde a 30% do rebanho de São Paulo e Minas Gerais juntos.
São múltiplos os desafios a equacionar, e o Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Grande terá o papel de encontrar caminhos para solucioná-los. Somente em território paulista, entre 2002 e 2005 foram identificadas 344 áreas contaminadas. Também em espaço paulista, foram identificadas 1.647 feições erosivas entre 1987-2007.
O estudo do IPT mostra que 34% da porção mineira da bacia do Rio Grande representam terrenos com erosão agravada por desmatamento generalizado ou queimada e/ou pastoreio em campo tropical. A pior situação é a das sub-bacias do Baixo e Médio Rio Grande e a do Entorno do Reservatório de Furnas, com 94,43%, 72,78% e 64,17%, respectivamente, de área com aceleração da erosão. Itamogi, Monte Santo de Minas e São Sebastião do Paraíso estão localizados na sub-bacia do Médio Rio Grande.
Outros desafios são apontados no estudo do IPT. Um deles está relacionado ao dos óbitos e internações decorrentes de doenças de veiculação hídrica. Foram 345 óbitos somente em 2006, sendo 70% deles registrados em território paulista. Outro ponto crítico se refere ao monitoramento de poços d´água. Somente 45 poços tinham monitoramento. Somente 3% do território da bacia são abrangidos por Unidades de Conservação. E apenas 15% da extensão dos rios da bacia tinham monitoramento. Números que indicam o grande trabalho que o CBH do Rio Grande terá pela frente. (JPSMartins)

terça-feira, 8 de março de 2011

Dia Internacional da Mulher 2011: região presta tributo ao universo feminino

Obras de Bassano Vaccarini, em Altinópolis:
tributo ao universo feminino

No Dia Internacional da Mulher de 2011, a região volta os olhares para os marcos que exibe como tributo ao universo feminino. Em Monte Santo de Minas, por exemplo, está localizada a Casa Sufragista, endereço onde o então governador mineiro, Antonio Carlos, assinou medida inserindo o voto feminino na Constituição Mineira, em 1934.
Mulheres mineiras foram fundamentais na conquista do voto feminino no Brasil. Uma das líderes foi Elvira Komel (1906-32), considerada a primeira advogada a militar em Belo Horizonte e que integrou comissão pró-voto feminino, formada logo após a Revolução de 1930. Entre outros, a comissão obteve o apoio do cardeal d.Sebastião Leme, uma das mais influentes lideranças da Igreja Católica na época, e do governador de Minas, Antonio Carlos. Elvira (cujo nome na realidade era Ernestina Carneiro Santiago) ainda liderou o Batalhão João Pessoa, durante a Revolução de 1932. Em 1931, foi uma das organizadoras do I Congresso Feminino Mineiro, ao lado de Nathércia Silveira. Na abertura do evento, Elvira afirmou: "O feminismo defendido pelo Congresso não é uma derivante do sufragismo odiento e agressivo que visa antes de tudo combater o homem", como registrou a imprensa na época.
Elvira Komel nasceu no bairro Capim Cheiroso, na localidade então pertencente à Paróquia de São João do Morro Grande, atual Barão de Cocais. A sua família tinha origem estoniana. O voto feminino foi conquistado no Brasil no dia 24 de fevereiro de 1932, quando editado o Código Eleitoral Provisório, embora apenas tivessem o direito mulheres casadas (com a devida permissão do marido), viúvas ou solteiras que comprovassem renda própria. O voto integral viria apenas com o Código Eleitoral de 1934.
Outro nome mineiro que se destaca na história do voto feminino é o de Virgínia Augusta de Andrade Lage, a itabirense que, aos 99 anos, se inscreveu na justiça eleitoral logo após o anúncio da conquista do direito. Outros nomes capitais nessa história foram os das paulistas Bertha Lutz (filha de Adolfo Lutz) e Adalgisa Bittencourt. A primeira eleitora do Brasil e da América do Sul foi a professora Celina Guimarães Vianna, do Rio Grande do Norte, primeiro estado a aprovar o voto feminino, em 1928, embora os votos das mulheres tenham sido anulados nas eleições naquele ano.
Monte Santo de Minas, onde está a Casa Sufragista, já teve uma prefeita, Sandra Aparecida Cecílio Silva. Itamogi também já teve uma prefeita, Maria Aparecida Gregório. O mesmo em São Sebastião do Paraíso, com Marilda Petrus Melles.
Em Altinópolis, por sua vez, estão as magníficas obras assinadas por Bassano Vaccarini, destacando a mulher em várias situações. As obras ficam no Jardim das Esculturas "Ulysses Guimarães".(Ver mais em GENTE)

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Região mobilizada para o Carnaval 2011

A região já está mobilizada para o Carnaval 2011. As cidades que têm tradicional Carnaval de rua já divulgaram suas agendas. São esperadas milhares de pessoas na região para o descanso nas cachoeiras e outras atrações e, claro, para a festança de Momo.
Em Monte Santo de Minas, a largada será no dia 4 de março, com a Banda Pau Elétrico no Trio Caracol. No mesmo Trio Caracol, as atrações serão a Banda Liga Axé (dia 5), Banda Lança Perfume (dia 6), Banda do Guetto (dia 7) e Fernanda Rocha e Banda (dia 8), além da presença do DJ Will todos os dias.
No dias 5 e 7 de março, o Carnaval de Monte Santo também terá o tradicionalíssimo desfile da Escola de Samba Braz, e no dia 6 o desfile da Escola de Samba Tom Maior, diretamente do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo. A realização é da Prefeitura de Monte Santo de Minas. Atividades na rua dr.Pedro Paulino da Costa, no coração de Monte Santo.
Batatais - Em Batatais, que também tem um tradicional Carnaval de rua, os ingressos para os desfiles começam a ser vendidos dia 21 de fevereiro, na sede da União das Escolas de Samba Batataenses (UESB), localizada em anexo ao Teatro Municipal "Fausto Bellini Degani", entre 13 e 18 horas. "Na ponta da passarela" é o tema do Carnaval de 2011 da Estância Turística de Batatais.
Nos dias 2 e 3 de março haverá ensaio técnico, no Sambóbromo "Carlos Henrique Cândido Alves". A abertura oficial será dia 5, a partir das 21 horas. Em seguida, o desfile das escolas Riachuelo, Unidos da Liberdade e Acadêmicos do Samba. No dia 6, com início às 21h30, desfile dos blocos Fantasma e Estação do Samba, e das escolas Unidos do Morro e Castelo.
A apuração da vencedora do Carnaval 2011 de Batatais acontecerá dia 7, a partir das 9 horas, no Sambódromo, e o desfile das campeãs será à noite do mesmo dia. No dia 8, Monas e Dondocas no Carnaval popular, a partir das 17 horas. Outras cidades da região também terão muitas atrações durante o Carnaval de 2011.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

BLOG BELA REGIÃO no Dia Mundial da Água das Nações Unidas


O blog BELA REGIÃO foi incluído entre as organizações voltadas para promover o Dia Mundial da Água de 2011, uma campanha das Nações Unidas. O Dia Mundial da Água, a 22 de março, terá este ano como tema Água para as cidades: respondendo ao desafio urbano. O objetivo de UN Water, o setor das Nações Unidas que promove o Dia Mundial da Água, é promover uma reflexão em escala internacional sobre o impacto do rápido crescimento da população urbana, a industrialização e a incerteza causadas pelas mudanças climáticas, os conflitos e os desastres naturais sobre os sistemas urbanos de abastecimento de água. Neste ano em que o planeta deve chegar a 7 bilhões de moradores, mais da metade já vivem em cidades, indicando enormes desafios para garantir o suprimento de água nas áreas urbanas.
Durante uma semana, entre 16 e 22 de março, o BELA REGIÃO comentará em várias reportagens a situação e os desafios relacionados à água nos municípios mineiros de Itamogi, Monte Santo de Minas e São Sebastião do Paraíso, e nos paulistas de Altinópolis, Batatais e Santo Antônio da Alegria e respectivas bacias hidrográficas onde estão inseridos. Maiores informações sobre o Dia Mundial da Água 2011 e a agenda de eventos da UN Water para a data, na qual a atuação do BELA REGIÃO foi inserida, ver no site:

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Região solidária com desabrigados do Rio de Janeiro

A vocação solidária da região ficou mais uma vez expressa com uma grande campanha em benefício das vítimas das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro. Em várias cidades houve mobilização pela arrecadação de alimentos e roupas e outras materiais para os desabrigados.
Nesta semana um caminhão bau lotado de doações está saindo de Monte Santo de Minas, após a iniciativa de equipes voluntárias e que contou com apoio da Prefeitura Municipal. As doações serão encaminhadas para a Cruz Vermelha em Itaipava, município de Petrópolis.
Em Altinópolis, envolveram-se no movimento de arrecadação a Prefeitura, Trupe Alegria e Farrapos, Lions e Rotary Club, Igrejas, ACEA, moradores em geral e Polícia Militar. Campanha especial durante a trigésima nona edição da Festa de Folia de Reis, entre 21 e 23 de janeiro. Os milhares de ítens arrecadados foram transferidos para o Terceiro Batalhão da Polícia Militar em Ribeirão Preto, com destino depois ao Rio de Janeiro.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Grande Festa de Reis em Altinópolis, de 21 a 23 de janeiro

Começa nesta sexta-feira, em Altinópolis, a grande Festa de Reis. É a trigésima nona edição de uma das maiores festas urbanas no Estado de São Paulo. São esperadas 25 mil pessoas entre 21 e 23 de janeiro em Altinópolis, para a apresentação de 40 companhias de Reis dos estados de São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. Companhias de reis de Altinópolis, Batatais, Itamogi, Monte Santo de Minas, São Sebastião do Paraíso e Santo Antonio da Alegria estarão presentes.
Dias 21 e 22, festa a partir das 20 horas. No domingo, 22, a partir das 11 horas. Shows musicais, de duplas sertanejas e da Orquestra Sabiá complementam as festividades, no centro de Altinópolis. Uma das mais belas manifestações de fé e cultura popular no interior do Brasil.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

População da bela região aumentou em 12 mil pessoas em dez anos: Paraíso e Batatais crescem mais

A população da bela região, composta pelos municípios paulistas de Altinópolis, Batatais e Santo Antônio da Alegria, e pelos mineiros Itamogi, Monte Santo de Minas e São Sebastião do Paraíso, aumentou 12.071 pessoas nos últimos dez anos, de acordo com os dados preliminares do Censo 2010, do IBGE, publicados a 4 de novembro no Diário Oficial da União. De acordo com o Censo 2010, ainda sujeito a alterações, a região tem 174.698 moradores, contra 162.627 em 2000. Esse incremento populacional equivale a "duas novas Santo Antônio da Alegria" na região na última década.
Conforme o Censo 2010, São Sebastião do Paraíso teve o maior aumento populacional na década, de 58.335 moradores em 2000 para os atuais 65.019 habitantes. Depois aparece Batatais, com 51.112 moradores em 2000 e 56.248 em 2010. As populações de Altinópolils e Monte Santo de Minas permaneceram praticamente estabilizadas. Em Altinópolis aumentou de 15.481 em 2000 para 15.536 em 2010. Em Monte Santo, de 21.212 em 2000 para 21.246 em 2010.
Sempre segundo o Censo do IBGE, a população de Santo Antônio da Alegria cresceu de 5.764 para 6.300 habitantes em uma década. E a população de Itamogi diminuiu, de 10.723 moradores para 10.349. Cerca de 300 municípios mineiros diminuíram de população na última década, conforme os dados preliminares do IBGE.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Minhas doces professoras mineiras

Escola Estadual Minas Gerais, Grupo no meu tempo. Lugar de sonhos.


Doçura. Não encontro outra palavra para resumir o que sinto por minhas professorinhas mineiras, aquelas que primeiro encontrei em Itamogi. A descoberta do mundo, a superação das fronteiras de nossa casa, o primeiro diálogo com o outro, o desconhecido que encanta e pode assustar. Essa é a história de nosso contato com a nossa primeira escola, ou pelo menos foi assim para mim, na pequena cidade do Sudoeste de Minas, década de 1960. A todas elas, onde estiverem, felicíssimo 15 de outubro, Dia do Professor!
Primeiro foi a dona Lurdinha Cardoso, no pré-primário, em uma casa antiga que ela transformou em castelo de sonhos. Os primeiros amiguinhos, o soninho depois do almoço, os contatos inaugurais com as letras, os números. A chave para o desenvolvimento integral.
Depois de quatro décadas, só agora vejo que a educação básica, antes chamada de pré ou de jardim da infância, vem recebendo devida atenção dos poderes públicos. Mas quanto tempo perdido! O Brasil seria outro hoje se nessas quatro décadas a educação infantil tivesse tido outro tratamento.
Mas vejo com esperança hoje ensaios importantes, como o que vem sendo feito em Campinas, com o projeto Nave Mãe e a Pedagogia dos Sentidos, liderado pelo prefeito dr.Hélio de Oliveira Santos. Essa nova Pedagogia estimula os sentidos como primeiro portal do conhecimento. E a Nave Mãe é o espaço onde a Pedagogia dos Sentidos é aplicada, e onde os pequenos podem ter contato perene com as mães, que participam de cursos ali oferecidos. O contato com a mãe, com a família, fundamental no processo educativo.
Grupo Minas Gerais - Depois do pré-primário, o Grupo Escolar Minas Gerais, atual Escola Estadual Itamogi. E a dona Laís do Nascimento, a primeira professorinha, quando a alfabetização chegava com as suas infinitas possibilidades. O Grupo Minas Gerais era outro lugar mágico - fantasia que se completava com a praça em frente, naquela época vazia, onde simplesmente eram montados os circos que se apresentavam em Itamogi! O que é mais prazeroso do que frequentar um grupo escolar no interior de Minas na década de 1960? É frequentar um grupo em frente à praça onde está o circo!
Assim era o Minas Gerais naqueles anos. A deliciosa aveia servida de lanche, as quadrilhas nas Festas Juninas, o Hino Nacional cantado com vigor e paixão no pátio, os bailes de vez em quando aos sábados à noite. Os primeiros bailes!
A Dona Nabirra Elias, a Dona Gelcira, a Dona Arísia, a Dona Yolanda, e as minhas tias Aparecida e Lourdes que me deram aulas, com muito orgulho! E a mamãe Maria das Dores, a Dora para todos, professora substituta naquela época, de vez em quando me dando aulas, também. Como esquecer!
Os dedos com o branco-pureza do giz, a dificuldade enorme (pela timidez insuperável) em ir no quadro negro ou declamar uma poesia lá na frente de todos, a maravilha de tirar dez em todas as disciplinas em um determinado mês, junto com o meu colega de carteira, o Leonardo. Lembranças impagáveis, imagens de encantamento e de agradecimento pelo que as professorinhas fizeram.
Ginásio ainda em Itamogi - Depois, o Ginásio, dirigido pelo Francisco Guerra, sempre impecável, sempre um gentlemen. E o Tista (desculpe chamá-lo assim, João Batista, durante muito tempo um brilhante secretário municipal de Educação) Guerra e suas reveladoras aulas de Matemática (na prática, descobrimos que não era tão difícil assim), a sua irmã Lurdes e suas deliciosas aulas de Geografia, e a Dona Nabirra ensinando como ler um livro, e o padre Nelson com seu ensino religioso muito crítico já naquela época, e a Dorotéia nos introduzindo no mundo do inglês, e o Airton com suas aulas de educação física (como eu sofria fazendo ginástica!). E tantos outros.
E os colegas, João Marques, o Daniel, o Melchiades Cardeal, e claro o Leonardo Lima, e minhas primas Cidinha e Beti, e a Ilza, Darci, Solange e tantas outras. A vida correndo deliciosa, o Ginásio também ao lado de uma praça de sonhos, onde em janeiro a Festa de São Sebastião era uma das delícias mais esperadas. E melhor ainda: o Ginásio perto do campo de futebol, a primeira imersão no futebol que é mais do que esporte para nós brasileiros. O Ginásio, um passo à frente, novos professores de enorme dedicação.
Colegial em Monte Santo - Depois, a primeira saída de Itamogi, o colegial no Américo de Paiva, em Monte Santo de Minas. Meados da década de 1970, outro momento do país e de nossa vida. A descoberta do rock (e até do surf!, nós que não temos praia e eu que nunca soube nadar), as fugas do colégio para jogar pebolim ou simplesmente ler Khalil Gibran em uma praça ali perto.
E os novos amigos de Monte Santo, o Dado, o Mário Antonio, o Alan, o Charles, a Bianca e tantas outras. E, claro, os professores maravilhosos de Monte Santo. O Ademar, o Romeu, tantos que eu já esqueci o nome (que absurdo!). O Jairo Palaccini, outro gentlemen, como diretor.
O colegial, momento de definição, ou de aumentar ainda mais a indefinição, sobre que rumos tomar. Para mim foi fácil, o jornalismo já vinha de me chamando, eu que adorava os livros, que meus professores e professoras me ajudaram a amar ainda mais. Que plataforma eu e minha turma tivemos, que preparação para a vida.
E hoje? - A escola pública brasileira foi vítima de um dos maiores crimes cometidos nas últimas décadas no nosso país. O crime do descaso, da culpabilização, e sobretudo do desrespeito cada vez maior da sociedade com os professores, com essas queridas professorinhas que nós tivemos. O outro crime absurdo, acabar com as ferrovias - que agora estão tentando retomar, mas como demorou!
Agora dizem que a escola pública é isso e aquilo. Nos últimos anos, em função de meu trabalho, venho tendo a oportunidade de conhecer muitas escolas públicas, em vários pontos do Brasil e na Argentina. Sim, as escolas públicas passam por uma grande crise, mas qual escola não passa? A escola como ainda está estruturada hoje não responde a todos imensos desafios da sociedade cada vez mais complexa que vivemos. Uma sociedade que é global e local ao mesmo tempo. São infinitas fontes de informação a que temos acesso, desde o momento em que acordamos. Como a escola vai responder a isso?
Pois garanto que muitas já estão respondendo, e como fruto geralmente daquela professora ou daquele professor mais apaixonado, abnegado - eles continuam existindo, graças a Deus. Conheci professores no interior de Pernambuco que começaram a carreira ensinando os próprios irmãos a escrever na parede, conheci professoras em Contagem, perto de Belo Horizonte, promovendo o resgate da identidade cultural de nosso povo mestiço com muita dignidade, conheci uma escola na periferia mais vulnerável socialmente de Campinas que simplesmente sonhou e conseguiu ter uma lousa digital - todos nós temos direito ao mundo tecnológico de hoje, não? E o mesmo na Argentina - em pleno deserto, conheci uma escola que tinha cinco, isso mesmo, cinco alunos, e todos estavam me esperando com um beijo na porta, os olhos brilhantes de esperança.
Enfim, muita gente fazendo muito esforço, muita coisa bonita com os recursos que têm à disposição. Mas todos sonhando e acreditando no sonho da educação. A educação que liberta, transforma e humaniza. A educação que nos torna absolutamente felizes. (Por José Pedro S.Martins)




quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Guaranésia, na região, foi pioneira no cinema brasileiro

O cinema brasileiro ainda luta para alcançar sua maturidade no início do século 21, mas não é por falta de esforço de pessoas e grupos que ainda permanecem praticamente anônimos para a maioria da população. Pois Guaranésia, no Sudoeste de Minas, tem seu nome inscrito em letras de ouro nos momentos de pioneirismo do cinema nacional. Nos anos 20, a cidade sediou o chamado Ciclo de Guaranésia, repetindo o fenômeno que ocorreu em outras cidades brasileiras, como o Ciclo de Cataguases (de Humberto Mauro e outros), também em Minas Gerais.
Os irmãos Masotti foram os responsáveis pelo Ciclo de Guaranésia. Américo e Carlos Masotti, filhos de imigrantes italianos, foram os realizadores de "Guaranésia Pitoresca", documentário de cerca de 10 minutos de duração, provavelmente de 1924, e "Corações em suplício", longa exibido pela primeira vez a 7 de janeiro de 1926 no Theatro Rio Branco, propriedade da Empresa Bartolomeu Lauria em Guaranésia.
O Cine Rialto, no Rio de Janeiro, e os cines América, Avenida, Floresta, Odeon e Pathé, da Empresa Gomes Nogueira em Belo Horizonte, foram os próximos espaços de exibição de "Corações em suplício", que teve Roberto Rodrigues, a portuguesa Lilian de Loty e o italiano Eugênio Centenaro como principais protagonistas. Fernando Máximo, gerente do Banco Campos, Lima & Cia, assinou a produção do filme. O museólogo Ivan David, de Guaranésia, vem se dedicando a documentar a história dos irmãos Masotti e outros aspectos da história local.
Monte Santo de Minas e São Sebastião do Paraíso também tiveram locações de documentários assinados pelos irmãos Masotti. Antes de Guaranésia, os Masotti moravam em Muzambinho. Eugenio Centenaro, que acrescentou um Kerrigan a seu nome ao se apresentar como diretor americano (depois foi desmascarado), ainda produziu filmes em Campinas (o faroeste "Sofrer para gozar") e São Paulo. Um nome que daria grande personagem para um filme de sucesso nos cinemas brasileiros e no exterior. Enfim, histórias ocultas do cinema brasileiro, que teve um dos seus pilares na região, em Guaranésia.

Região se destaca no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal

Os municípios paulistas de Batatais, Altinópolis e Santo Antônio da Alegria, e os mineiros de Itamogi, Monte Santo de Minas e São Sebastião do Paraíso se destacaram na edição 2010 do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal, sobretudo nas áreas de educação e saúde. Batatais, especificamente, está entre os 50 municípios brasileiros com melhor desempenho no Índice Firjan, à frente de todas capitais estaduais brasileiras, como São Paulo.
O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal foi criado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), como ferramenta para mensurar o desenvolvimento humano, econômico e social nos 5.564 municípios brasileiros, a partir da avaliação do desempenho desses municípios nas áreas de emprego&renda, educação e saúde, com base em dados oficiais levantados sobre esses setores.
A metodologia do Índice Firjan aponta que o município apresenta o melhor desempenho nessas áreas, quanto mais se aproxima de 1 em uma escala de 0 a 1. O IFDM divide os municípios em quatro categorias, de acordo com sua colocação na escala de 0 a 1: baixo desenvolvimento humano (0 a 0,4), regular (0,4001 a 0,6), moderado (0,6001 a 0,8) e alto (0,8001 a 1) desenvolvimento humano.
Nestes termos, é uma metodologia semelhante à do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), medido pelo Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD). Batatais ficou no lugar 46 do ranking nacional do IFDM e no lugar 43 do ranking paulista, com uma média de 0,8689, considerando as áreas emprego&renda (0,8475), educação (0,8467) e saúde (0,9125).
O Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) de 2010 se refere a dados de 2007 sobre os municípios brasileiros. Pois os seis municípios apresentaram índices, nas áreas de saúde e educação, superiores à imensa maioria dos municípios brasileiros.
A média brasileira do IFDM em educação foi de 0,7083 e em saúde, de 0,7830. Todos os seis municípios (em ordem alfabética, a seguir) superaram essa média: Altinópolis (0,8586 em educação e 0,9208 em saúde), Batatais (0,8467 e 0,9125), Itamogi (0,8010 e 0,8398), Monte Santo de Minas (0,8087 e 0,9167), Santo Antônio da Alegria (0,8374 e 0,8693) e São Sebastião do Paraíso (0,7816 e 0,8489). Pelos critérios do Índice Firjan, fica então o desafio de melhoria do desempenho do conjunto dos municípios na área de emprego e renda.
Desafios - Conforme o IFDM 2010, 40 milhões de brasileiros ainda vivem em situação precária em termos de educação, saúde e acesso a mercado de trabalho estruturado. De qualquer modo, o IFDM apontou uma evolução em termos de desenvolvimento municipal no Brasil desde a primeira edição do Índice, referente a dados de 2000. (Por José Pedro S.Martins)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Região contribuiu para consolidar democracia no Brasil

No próximo dia 3 de outubro 135 milhões de brasileiros estarão aptos a votar de presidente da República e governadores estaduais para senadores e deputados federais e estaduais. Trata-se de uma das maiores eleições no planeta, superada talvez apenas pelo pleito na Índia e nos Estados Unidos. Na China, como se sabe, não há eleições totalmente livres.
A nossa bela região tem muito a ver com essas eleições diretas para presidente, as sextas após o retorno da democracia política. A região foi o berço político de dois presidentes da República, Wenceslau Braz e Washington Luís, que começaram suas carreiras respectivamente em Monte Santo de Minas e Batatais. Além disso, três governadores estaduais começaram pela região: os próprios Wenceslau Braz e Washington Luis (que foram governadores de Minas Gerais e São Paulo) e Altino Arantes, ex-governador paulista.
Foi o momento em que a região era uma das forças na economia do café, que dominou a política brasileira por décadas, da Proclamação da República até a queda da bolsa de Nova York em 1929, episódio que abriu as portas para o movimento que levou Getúlio Vargas à presidência. O último presidente do período foi justamente Washington Luis. (Mais detalhes em artigos nesta página)
É muito importante, então, que a região valorize esse momento histórico, fundamental para o processo que levou à consolidação da democracia política no país.
Meu grande abraço, bela região. (Por José Pedro S.Martins)

domingo, 12 de setembro de 2010

Wenceslau Braz, de Monte Santo para o fogo da Primeira Guerra Mundial

"Senhores Membros do Congresso Nacional. Cumpro o penoso dever de comunicar ao Congresso Nacional que, por telegramas de Londres e Madri, o Governo acaba de saber que foi torpedeado, por um submarino alemão, o navio brasileiro Macau e que está preso o seu comandante. A circunstância de ser este o quarto navio nosso posto a pique por forças navais alemãs é por si mesma grave, mas esta gravidade sobe de ponto com a prisão do comandante brasileiro. Não há como, Senhores Membros do Congresso Nacional, iludir ou deixar de constatar, já agora, o estado de guerra que nos é imposto pela Alemanha".
Com estas palavras, o presidente da República, Wenceslau Braz, comunicava oficialmente ao país a 26 de outubro de 1917 que o Brasil estava, sim, em guerra contra a Alemanha, como parte do conflito que já se arrastava desde 1914 especialmente no teatro europeu. Ao lado de Wenceslau Braz estavam o ministro das Relações Exteriores, Nilo Peçanha, e o presidente (atual governador) de Minas Gerais, Delfim Moreira, conforme mostrou uma foto histórica, de autor desconhecido, que integra o Arquivo Plínio Doyle, e foi reproduzida em "Wenceslau Braz, 9 presidente do Brasil", da Série Os Presidentes, de Hélio Silva.
Foi uma das decisões mais graves tomadas por Wenceslau Braz em seu período na presidência, entre 15 de novembro de 1914 e 15 de novembro de 1918. Uma posição sem dúvida inimaginável, em 1895, quando Braz assumiu o posto de agente executivo, correspondente ao do atual promotor público, em Monte Santo de Minas.
Nascido em São Caetano da Vargem Grande (atual Brasópolis), em Minas Gerais, no seio de uma família de políticos, em 26 de fevereiro de 1868, formou-se em Direito em São Paulo em 1890. Começou sua carreira profissional no interior de Minas, sendo agente executivo em Monte Santo em 1895 e 1898. Um período turbulento, no qual a cidade assiste ao lançamento do primeiro jornal, "O Correio de Monte Santo", e ao aparecimento do lampião, ambos em 1894, mas ao mesmo tempo é palco de uma grave epidemia de cólera, no ano seguinte. Em 1892 Monte Santo tinha sido elevada a cidade.
Wenceslau Braz foi ainda presidente da Câmara Municipal de Jacuí, antes de iniciar uma rápida carreira na política partidária, sendo deputado estadual e federal, além de titular de várias secretarias do governo mineiro, até assumir a presidência (atual governo) do Estado, em 1909.
Ficou por pouco tempo no governo, pois a 1 de março de 1910 já era eleito vice-presidente da República, superando Albuquerque Lins, da Campanha Civilista. Naquela época o candidato a vice-presidente também participava de eleições diretas. Foi eleito vice de Hermes da Fonseca, que governou de 1910 a 1914.
Com uma sonora vitória contra Rui Barbosa, por 532.107 votos a 47.782, Wenceslau Braz foi eleito presidente a 1 de março de 1914, assumindo o cargo a 15 de novembro desse ano, permanecendo até 15 de novembro de 1918. Período muito conturbado na vida nacional e internacional, e não apenas pela eclosão da Primeira Guerra Mundial.
Já pegou a Guerra do Contestado em curso, em 1915 explodiu a Revolta dos Sargentos, e em 1917 foi a vez da greve geral e também da Gripe Espanhola, que deixou milhares de vítimas por todo Brasil. A greve geral teve grande influência dos anarquistas, mas os ventos comunistas já se faziam sentir. Naquele ano era vitoriosa a revolução bolchevique na Rússia, dando origem, depois, à União Soviética. Um episódio curioso envolveu a participação brasileira na Primeira Guerra, no governo Wenceslau Braz. O Cruzador Bahia, que integrava uma frota de navios brasileiros, atacou por confusão um bando de toninhas, em novembro de 1918, na altura do Estreito de Gibraltar, na Europa. Ficou na história como a Batalha das Toninhas, uma simpática espécie de cetáceos.
Deixando a presidência, Wenceslau Braz se envolveu exclusivamente na Companhia Industrial Sul-Mineira, que havia fundado em Itajubá, onde faleceu, em 15 de maio de 1966. Tinha 98 anos. Uma longa e intensa vida pública, com importante passagem na região de Monte Santo de Minas. (JPMartins)

Presidentes da República saíram de Batatais e Monte Santo

No próximo dia 24 de outubro serão lembrados os 80 anos de deposição do presidente Washington Luís, pelo movimento que levaria Getúlio Vargas ao poder. O mesmo Getúlio Dorneles Vargas que tinha sido ministro da Fazenda de Washington Luís, o último presidente da chamada política café-com-leite, como ficou conhecido o período em que os mandatários da nação eram eleitos, em alternância, por Minas Gerais e São Paulo, ricos em café e pecuária.
Em função da força do café, especificamente, a região de Batatais a Monte Santo de Minas praticamente dominou a política nacional, paulista e mineira, por longos períodos entre 1909 e 1930. Período de grande florescimento da região, com o café impulsionando o crescimento das cidades, promovendo a implantação da rede ferroviária (particularmente a Companhia Mogiana) e incentivando a vinda de muitos migrantes, em especial italianos e árabes. Foi uma espécie de época de ouro, uma Belle Époque, para a região, que deixou marcas visíveis até hoje.
Entre 3 de abril de 1909 e 7 de setembro de 1910 Wenceslau Braz, que tinha sido agente executivo (cargo correspondente ao do atual promotor público) em Monte Santo, foi governador de Minas Gerais, de onde saiu para ser eleito vice-presidente da República, entre 15 de novembro de 1910 e 15 de novembro de 1914. E da vice para a presidência da República, entre 15 de novembro de 1914 e 15 de novembro de 1918, pelo Partido Republicano Mineiro.
A 1 de maio de 1916, por sua vez, assumia o governo de São Paulo Altino Arantes, político nascido em Batatais, e que ficou no cargo até 1 de maio de 1920. Foi substituído por outro nome ligado a Batatais, Washington Luís, que havia sido vereador e intendente (atual prefeito) na cidade. Washington Luis foi governador de São Paulo até 1 de maio de 1924. Mas sua carreira política prosseguiu, chegando à presidência da República, onde ficou de 15 de novembro de 1926 até o golpe liderado por Getúlio a 24 de outubro de 1930.
Praticamente duas décadas, portanto, com a região no auge do cenário político nacional. A arte de fazer política nas mãos de mineiros e paulistas, do lado de lá e de cá da fronteira. (Por José Pedro S.Martins)

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

A cultura viva da bela região

AACP "Maestro Nino Delicatti" (Casa da Cultura de Itamogi)

A Casa da Cultura de Itamogi, sede da Associação Artística, Cultural e Pedagógica "Maestro Nino Delicatti", e a Praça São João Batista são alguns dos espaços das múltiplas atividades durante o mês de setembro, em Itamogi, como parte da Segunda Jornada Mineira do Patrimônio Cultural. Música, teatro, dança, visitas a patrimônio histórico estão na agenda.
Apenas uma amostra da pulsação cultural permanente na bela região de Itamogi, Santo Antônio da Alegria, Monte Santo de Minas, SS Paraíso, Altinópolis e Batatais. O multicolorido da cultura, espelhando o espírito do povo, os sentimentos mais íntimos, os valores mais sólidos. Cultura popular e erudita, uma mescla de ritmos e perspectivas.
Altinópolis é considerada um museu a céu aberto, pelas obras de Bassano Vaccarini espalhadas por diversos pontos do espaço urbano. A cidade que transpira cultura. A cultura que flui por todos os poros de Batatais, onde está o maior acervo sacro do gênio Cândido Portinari, terra ainda de José Olympio Pereira Filho, um dos maiores nomes da história editorial brasileira.
Uma região intensamente musical, berço de um Deo Lopes (de Santo Antônio), Tiãozinho (Itamogi) e de um Milionário (de Monte Santo), onde Niltinho e Amaraí escolheram viver (em SS Paraíso) e onde nasceram o compositor Calimério Soares (também em Paraíso) e a maestrina Flávia Nori Bombonato (de Batatais), entre tantos outros nomes.
Mas uma região acima de tudo rica em diversidade e talentos, como de um ator Milton Gonçalves (de Monte Santo de Minas) e de uma artista plástica Anna Maria Badaró (de Itamogi). E a impressionante cultura popular das Congadas, do Moçambique, da Catira, que se espalha por todos recantos da região. Um pilar da cultura e do folclore do Brasil. Vida em abundância. (Por José Pedro S.Martins)

domingo, 22 de agosto de 2010

A minha mais bela região, na divisa Minas - São Paulo



Por José Pedro Martins

Uma saborosa vertigem, um inesgotável encantamento. A minha bela, doce região, o meu país, a terra das delícias. Foi a partir desta cobertura, hoje em azul e amarelo, na praça São João Batista, da Matriz do mesmo nome, que eu e tantos outros partiram de ônibus de Itamogi para o mundo. Descobertas a cada minuto, a velocidade frenética do tempo.

Mas no bagageiro as sete maravilhas da infância. As professoras que abriram as janelas do mundo, o calor aconchegante da fogueira de São João, o circo que nos transportava pelos tapetes da fantasia. A cultura da minha gente, acesa, no coração em brasa.

A força do café, que está na base da formação econômica e social desse pedacinho do paraíso. O cheiro do café, nas ruas de lindas casas de Monte Santo de Minas, onde descobri um fascinante mundo novo. O gosto do café, nas praças floridas da Cidade dos Ipês, São Sebastião do Paraíso. O prazer do café, nas colinas que emolduram a beleza de Altinópolis.

E Santo Antônio da Alegria, mágica, sublime como minha mãe, que ali nasceu. E Batatais, acolhedora, digna como minha madrinha, que ali morou tanto tempo.

Há quase três décadas, uma nova vida na região de Piracicaba-Campinas. O rio Piracicaba sempre inspirando, a Campinas que é um dínamo permanente.

Tudo isso na bagagem, combustível da viagem de três décadas até aqui, neste canto, minha singela homenagem. Gotas de história, pérolas de cultura e esporte, imagens do singular meio ambiente, o multicolorido vibrante de nossa gente. É a salada da minhas belas regiões, para seu deleite. Bem vindo e volte sempre!