sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Vazão no rio Piracicaba melhora, mas situação ainda preocupa: futuro em xeque

Cenário desolador no rio Piracicaba nos últimos dias:

futuro demanda ações regionais integradas






Região precisa se mobilizar para garantir água
para mais um milhão de pessoas nos próximos dez anos




Na úlima quarta-feira, 3 de agosto de 2011, a vazão do rio Piracicaba chegou a 50 metros cúbicos por segundo, no município de Piracicaba. Uma vazão superior aos 44,68 metros cúbicos por segundo observados no dia 26 de julho, na menor vazão do ano até o momento. O aumento da vazão é reflexo das chuvas nos últimos dias, mas a situação continua preocupante, renovando a necessidade de uma maior atenção regional para o estado dos rios das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, sobretudo em épocas de estiagem como a atual.
Em Piracicaba, o aspecto do rio ainda é desolador em alguns pontos, como nas famosas pedras na proximidade do Engenho Central. Pedras descobertas, em comparação com o cenário diferente em outras épocas do ano. A média histórica de vazão no rio Piracicaba entre 1965 e 1996 foi de 143,9 metros cúbicos por segundo.
É absolutamente vital, para o futuro da Regiao Metropolitana de Campinas e toda as bacias do PCJ, um maior envolvimento da sociedade nas ações relacionadas aos recursos hídricos. Atualmente, a demanda de água nos 65 municípios das três bacias é de 36,34 metros cúbicos por segundo, sendo 19,06 m3/s pelo setor urbano, 10,58 pelo segmento industrial e 6,69 para a área agrícola, via irrigação.
Sem ação efetiva de proteção das águas, em termos de qualidade e quantidade, não haverá garantia para satisfazer as demandas futuras, diante do crescimento populacional esperado e de novas atividades econômicas previstas. A projeão contida no Plano de Bacias 2010-2020 do PCJ é que, em 2020, a região tenha quase 6 milhões (cerca de 5,9 milhões de moradores), contra os atuais 5 milhões de moradores. Uma "nova Campinas", com aproximadamente 1 milhão de moradores, será então acrescentada à região em uma década.
O Plano de Bacias prevê uma demanda de 22,63 metros cúbicos por segundo para o setor urbano em 2020 (de acordo com o cenário tendencial projetado), mais uma demanda industrial de 12,17 m3/s e uma demanda para irrigação de 6,81 m3/s, somando 41,61 m3/s. Ou seja, em uma década a demanda aumentará em 5 metros cúbicos por segundo, aproximadamente. De onde sairá essa água, considerando o estresse hídrico já observado na região, e que se agrava muito em períodos de estiagem como o atual? Apenas com muito planejamento, uso muito eficiente da água e planejamento, planejamento e planejamento, com ações integradas e coordenadas, envolvendo setores público, privado e sociedade civil organizada. Um desafio e tanto. (Por José Pedro S.Martins)

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